O censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística investiga e auxilia o cruzamento de dados. No levantamento relativo à série histórica, o coordenador do Censo Agropecuário, Neilson Romar, destacou que em 1975, Alagoas tinha 115.576; em 1980 aumentou para 117.986; já em 1985, ocorreu novo aumento para 142.774 estabelecimentos; em 2006 caiu para 123.332 e 2017 outra redução radical e o número de estabelecimentos ficou em 98.542. A área total desses empreendimentos rurais, do ponto de visto nacional, seguiu a mesma tendência, tanto que em 1975 era de 2.284.369 hectares em 2017 caiu para 1.636.712. Na questão relativa ao tamanho da propriedade rural brasileira se observou grande quantidade de estabelecimentos pequenos, eles são 92.09% dentro de uma área menor, ou seja, 27,50% do território ocupado. Já os médios são 4.56% dos estabelecimentos que ocupam uma área pequena de 18.88% do território; enquanto os grandes estabelecimentos agropecuários são apenas 1.83% e ocupam 53.62% dos territórios. Estes dados possibilitam identificar que uma quantidade de grandes estabelecimentos agropecuários ocupam território bem maior que as médias e pequenas propriedades. Os chamados “latifúndios” de Alagoas seguem o mesmo padrão nacional, ou seja, 97.41% das propriedades rurais alagoanas são consideradas pequenas e possuem 42% da área total dos estabelecimentos agropecuários. A discrepância chama a atenção porque os médios representam 2.26% dentro de uma área de 15.46% e os grandes empreendimentos representam 0,56% dentro de uma área 42.09%.

Portanto, os grandes estabelecimentos agropecuários que se resumem em menos de 1% e ocupam área semelhante dos pequenos empreendimentos, geralmente identificado pela agricultura familiar, que numericamente são mais de 92%. AF