Se por um lado o prefeito Rui Palmeira (PSDB) ainda não conseguiu definir o indicado do partido para a disputa eleitoral em Maceió, por outro, alguns secretários podem se apressar para colocar o “bloco na rua”. Ao menos três secretários podem desfalcar a equipe tucana por conta de respectivos projetos políticos. Um deles, o vereador Eduardo Canuto (PSDB), que acumula a função com a Secretaria de Governo, deve se afastar para disputar a reeleição, ou até mesmo a Prefeitura de Maceió, já que tem tido o seu nome lembrado em pesquisas informais. Canuto, que ao longo dos anos foi crescendo politicamente ocupando secretarias e mergulhando na intimidade da política, tem se preparado para “o que der e vier”, como costuma dizer a amigos. Quando o assunto é política aprendeu como deve se mexer. Por isso, no mínimo garante o que já tem, que é o mandato de vereador, mas amadurece aos poucos e passo a passo para um salto maior. A grande missão foi acompanhar a crise urbana que envolve os bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Ao lado do próprio Rui construiu o caminho para que as vítimas do problema gerado pela Braskem possam ocupar casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. Entretanto, o governo federal ainda não alterou as regras, nem a burocracia do programa. Cuidadoso com a imagem, Canuto é “peça chave” no processo, depois de várias viagens à Brasília (DF), onde aprendeu o caminho. Ainda assim, age com precaução para não explorar sentimentos sem que tenha uma solução.

SIMA

Outro nome que pode deixar a equipe também para um voo no Executivo é o superintendente de Iluminação Pública, Tácio Melo. Dirigente do Podemos, ele também cresceu politicamente articulando o comando da legenda para, quem sabe, ser uma opção para o prefeito Rui Palmeira. Em princípio, Tácio Melo também é um nome forte para a Câmara Municipal de Maceió, mas somente a partir da definição do Diretório Nacional do PSDB é quem vai definir a sua situação. Isto porque se o partido não tiver candidatura própria, a saída de Rui pode se tornar uma realidade. A terceira alternativa é o dinâmico José Thomaz Nonô, secretário municipal de Saúde. Experiente e muito bem avaliado na pasta, ele salvou a gestão de Palmeira de uma crise num dos pilares de qualquer gestão. Em Alagoas, é o nome mais forte do DEM, partido que comanda, e também está de portas abertas para Rui Palmeira. O tino para funções executivas foi construído ao longo da carreira política, na qual por onde passou foi bem avaliado, seja no parlamento ou nas missões recebidas nos últimos anos em Alagoas. Para os amigos tem dito que é um articulador, mas como havia se preparado para governar o Estado, não fosse o abandono do ex-governador Teotonio Vilela Filho, é sempre uma força. Um detalhe importante que o deixa em situação confortável quando o assunto é o trânsito em Brasília é o fato de ter convivido, na condição de parlamentar, com o atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Além disso, no momento, o seu partido comada o Senado Federal e a Câmara dos Deputados. Ou seja, além de experiência tem ainda proximidade com quadros que podem ajudar, no futuro, uma eventual gestão. Procurada para comentar o assunto, a assessoria do prefeito Rui Palmeira disse que até o momento ele não se manifestou sobre qualquer reforma em seu secretariado. Mas como deixou para anunciar sua posição política e sua escolha este mês, a qualquer momento o tema pode entrar em sua agenda política. De acordo com a legislação eleitoral e o calendário aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os ocupantes de secretarias municipais devem se afastar até 4 de junho, assim como dirigentes de autarquias.