Apesar dos inúmeros apelos e apresentação de dados sobre os prejuízos bilionários que o setor produtivo de Alagoas já enfrenta com os estabelecimentos com as atividades suspensas diante da pandemia de Coronavírus, o governador Renan Filho (MDB) decidiu manter o isolamento social até pelo menos o próximo dia 20 de abril. As medidas estão definidas em novo decreto e foram divulgadas ontem em rede social pelo chefe do Executivo estadual. Diante desta nova decisão, comércio e serviços permanecerão trancados por 32 dias, a contar a data do primeiro decreto lançado em 18 de março. Em sua live em rede social, Renan Filho confirmou que este novo decreto segue semelhante aos anteriores, apenas com algumas pequenas mudanças aos profissionais liberais como advogado, arquiteto, corretor de imóvel, entre outros, segundo ele, “desde que não promova aglomeração”. “Este decreto é semelhante ao anterior”, confirmou o governador.
O gestor estadual destacou, entretanto, flexibilização para óticas e exceções para atividades da saúde, já contempladas nos decretos anteriores. “Estão suspensas atividades comerciais, academias, museus, teatro, eventos [entre outras atividades do setor produtivo]. Aglomeração é o ponto mais capaz de contaminar pessoas em Alagoas”, justificou. Pela medida, as aulas das redes pública e privada também estão suspensas até 30 de abril, conforme o gestor estadual, para que as famílias possam “garantir mais planejamento” consigo e junto às escolas. Já as medidas para o setor produtivo prosseguem até dia 20.
Pelo decreto, ainda seguem com as atividades suspensas “qualquer atividade de comércio nas praias, lagoas, rios e piscinas públicas ou outros locais de uso coletivo e que promovam a aglomeração de pessoas; operação do serviço de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros, regular e complementar, bem como os serviços de receptivos”. Ainda conforme o novo decreto, seguem em funcionamento, mas com limitações de pessoas, os “estabelecimentos médicos e odontológicos, hospitalares, laboratórios de análises clínicas, farmacêuticos, clínicas de fisioterapia e de vacinação, psicólogos, terapia ocupacional, fonoaudiólogos, para serviços de emergência ou consulta com hora marcada, e as óticas; distribuidoras e revendedoras de água e gás; distribuidores de energia elétrica; serviços de telecomunicações; segurança privada; postos de combustíveis; funerárias; estabelecimentos bancários e lotéricas; clínicas veterinárias e lojas de produtos para animais; lojas de material de construção e prevenção de incêndio para aquisição de produtos necessários à execução de serviços urgentes, por meio de entrega em domicílio e/ou como ponto de coleta; indústrias, bem como os respectivos fornecedores e distribuidores; lavanderias; oficinas mecânicas, lojas de autopeças e estabelecimentos de higienização veicular, com hora marcada e sem aglomeração de pessoas no local”.
Sem limitações impostas a maioria dos estabelecimentos, continuam as padarias, lojas de conveniência, mercados, supermercados, minimercados, açougues, peixarias e estabelecimentos de alimentos funcionais e suplementos, “sendo expressamente proibido o consumo local, tanto de bebidas quanto de comidas”. “De maneira geral, o comércio, shoppings, parque, dei mais um prazo com o funcionamento suspenso, sobre maneira de preparar o estado cada vez mais [no combate à pandemia].
Medidas como esta têm sido tomadas em todos os estados do Brasil e até em outros países”, acrescentou Renan Filho. Embora o governador tenha considerado que suas medidas são as mesmas tomadas país afora, o vizinho estado de Pernambuco tem mantido preocupação com o setor produtivo e já iniciou flexibilização ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais. Por lá, lojas de defensivos agrícolas, materiais de limpeza, hotéis, pousadas, lavanderias, serviços de limpeza, higienização, transporte intermunicipal de passageiros, entre outros, figuram na lista de serviços essenciais liberados desde o mês passado.
Somente nestes poucos mais de 20 dias em que vigoraram dois decretos de isolamento social em Alagoas, a Federação do Comércio de Alagoas já estimava perdas de faturamento no valor de R$ 530 milhões. “Caso o governo opte por prorrogar o prazo de suspensão por mais 20 dias, o prejuízo acumulado será de R$ 1,6 bilhão”, alertava a entidade, que pedia flexibilização nas medidas determinadas pelo governador do estado. Alheio aos apelos, Renan Filho decidiu manter os estabelecimentos fechados até pelo menos o próximo dia 20 de abril.