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Nº 5897
Política Dinheiro liberado pelo governo federal deve ser usado para contratação de carros-pipa

UNIÃO LIBERA R$ 10 MI, MAS DEFESA CIVIL NÃO SOCORRE MUNICÍPIOS

No total, 42 municípios de Alagoas estão em situação de emergência por causa da seca; 300 mil pessoas esperam por água

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 09/04/2020 - Matéria atualizada em 09/04/2020 às 06h00

Antes das medidas recessivas para conter a contaminação do coronavírus, o governo federal liberou R$ 10 milhões para a Coordenação de Defesa Civil de Alagoas contratar caminhões-pipa para socorrer 300 mil alagoanos em 42 municípios do sertão e agreste, que decretaram situação de emergência por causa da seca. O decreto foi reconhecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Há dois meses os sertanejos e as prefeitura esperam a água tratada que deveria chegar por 120 caminhões que ficaram de ser fretados pela Defesa Civil estadual. A situação é de calamidade por falta de água tratada e as prefeituras agora temem que o dinheiro volte para Brasília por falta de utilização. Nas últimas semanas tem chovido no semiárido. Mas a população reclama que a água dos açudes e barragens está suja e imprópria para o consumo humano. Com o orçamento no limite por causa da recessão provocada pela pandemia, os prefeitos incluídos no decreto de emergência reconhecidos pelo governo federal aguardam desde o mês passado o início da Operação Água é Vida, executada pela Defesa Civil Estadual. A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) divulgou nota confirmando que as zonas rurais de 42 cidades estão sem água potável e dependem da distribuição através de carros pipa. O prefeito de Olho D’água Grande , José Adelson, diz que há anos pede socorro e até agora não foi contemplado. Além dele outros municípios não entraram na relação da Operação Água é Vida, como Jaramataia e Monteirópolis. A AMA já pediu a Defesa Civil o ajuste da planilha dos municípios que sofrem com a longa estiagem. O prefeito Mailson Mendonça, de Monteirópolis, diz que sua demanda semanal para suprir a população tem chegado a 50 viagens e sem a ajuda da operação estadual não há como atender a população com apenas os dois caminhões do município. Em Santana do Ipanema, cidade atingida pela enchente, a situação ainda é mais difícil devido ao rompimento da rede que atende a vários bairros. A presidente da AMA e prefeita de Campo Alegre, Pauline Pereira (PP), através de nota, afirma que os recursos pra socorrer as cidades em situação de emergência já foram disponibilizados e são da ordem de R$10,8 milhões, para beneficiar 300 mil pessoas. O governo federal já liberou R$ 5 milhões do montante previsto e assim que for prestado conta libera o restante, explica a líder dos 102 prefeitos alagoanos. No total, serão contratados 120 pipeiros para distribuir à população 2 milhões de litros de água por dia. São cerca de 20 litros por dia para cada pessoa. Os caminhões pipas levam de 200 a 300 litros. A situação não está pior porque caminhões pipa fretados pelo Exército há mais de um ano levam água tratada para as famílias do sertão e agreste, mas não consegue atender a grande demanda do momento. O coordenador da Defesa Civil no estado, coronel Moisés Melo, confirmou a liberação dos recursos pelo governo federal. “A demora na distribuição da água pelo projeto estadual decorre da demora na contratação de caminhões pipa dentro de protocolos estabelecidos pelo governo federal”. O coordenador disse que o projeto Água é Vida vai demorar a ser colocado em prática. Ele tranquilizou os prefeitos afirmando que os recursos não retornam à Brasília. “O dinheiro já está disponibilizado. Se for preciso faremos um termo explicando ao Ministério do Desenvolvimento Regional a necessidade de estender o programa. Neste momento está chovendo em todo o estado”, disse o coronel Moisés ao justificar que não há necessidade de adotar medidas às pressas.

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