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Nº 5897
Política O analista político Marcelo Bastos afirma que o eleitorado vai ter mudado pós pandemia

PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS PARALISA PRÉ-CAMPANHA ELEITORAL

Covid-19 pegou lideranças políticas de surpresa em Alagoas e partidos vivem em compasso de espera

Por regina carvalho | Edição do dia 02/05/2020 - Matéria atualizada em 02/05/2020 às 08h10

Era a primeira quinzena de março e o ano mal tinha começado. Naquele mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo coronavírus e o mundo passou a contabilizar mortos a cada minuto. Como reflexo do vírus que se alastrou pelos continentes, no Brasil, eventos importantes passaram a ficar em segundo plano. Esse é o caso das eleições municipais de 2020. Se não houver recuo dos números da Covid-19 nas próximas semanas, é difícil prever como se desenhará a pré-campanha eleitoral, mas o que se sabe é que mais do que nunca as redes sociais serão aliadas dos que almejam a vitória nas urnas, já que o vírus deve impor por um bom tempo o distanciamento social. “Logicamente que as eleições estão extremamente prejudicadas, que inclusive se ventila a possibilidade de mudar de data. Não é que vai passar para 2022, porque se passar para 2022 seria golpe porque prefeitos e vereadores teriam mais dois anos de mandato sem ter um voto e isso eu não acredito. Acho que pode esticar um pouco até o final do ano obviamente”, explica o analista político Marcelo Bastos. Marcelo Bastos lembra da previsão de especialistas, que acreditam que os casos de Covid-19 devem entrar em declínio a partir do meio do ano. “Então acredito que quando passar junho, quando passar o problema mais crítico da saúde, nós vamos retornar não só o nosso dia a dia, a gente volta praticamente a normalidade e a eleição volta a ser o foco. Se fosse discutir eleição agora seria uma coisa oportunista, desrespeitando tantas pessoas que estão sendo infectadas e morrendo nos países e no mundo como um todo. O coronavírus paralisou não só as eleições, mas todos os eventos, todas as atividades do nosso dia a dia”, lembra o analista político.

RELAÇÃO COM ELEITORADO

Marcelo Bastos acredita que quando a economia entrar em processo de normalidade, as eleições voltam à tona. “Aí quando tivermos as convenções e oficializarmos candidatos a vereadores e prefeito, consequentemente a política volta para a pauta, para a ordem do dia”, diz. A relação de candidatos e eleitores também devem mudar, segundo avalia Bastos. “Quando retornarmos ao nosso dia a dia, nossas atividades, o mundo vai ser diferente, inclusive esse é um dos efeitos que a doença vai trazer. Acredito que as pessoas vão ter mais cuidado com a higiene pessoal e isso vai trazer lições e logicamente esse contato que o candidato tem com o eleitor também vai ser modificado. O distanciamento que a doença provoca vai trazer os efeitos para as eleições”, avalia. Como não devem acontecer tantas caminhadas para a conquista do voto, como ocorreram nas últimas eleições, a forma de chegar mais próximo do eleitor serão as redes sociais. “A gente sabe que o guia eleitoral já teve mais importância e hoje as pessoas quase não assistem o horário político. Deve ser uma eleição muito mais barata diante da dificuldade econômica que o Brasil vai vivenciar, não tem mais hoje o dinheiro das empresas, da pessoa jurídica para ajudar. Esse distanciamento que foi forçado com o eleitor ele será encurtado através das redes sociais”, diz Bastos. O posicionamento de governadores e prefeitos durante a quarentena - se foram favoráveis ou não ao isolamento vertical ou horizontal - também pode ser avaliado pelo eleitorado, de acordo com o analista político, já que a pandemia impactou diretamente na saúde e na economia dos municípios. Pré-candidato pelo PDT à prefeitura de Maceió, Ronaldo Lessa declara que ainda é cedo para saber o que muda nas eleições deste ano em função da pandemia, já que o ápice da doença ainda não chegou no Brasil. “A gente está trabalhando para que não haja o colapso, embora saiba que têm estados que a situação não é boa. Então não dá para a gente ter ainda expectativa do que vai mudar no aspecto eleitoral”, afirma. Na opinião de Lessa, a pré-campanha já está prejudicada. “Superar o distanciamento do eleitor é muito difícil, porque até as lideranças comunitárias estão limitadas. A superação só pode através das mídias, seja rádio, rede social e tv, mas nada substitui o contato pessoal. O coronavírus não chegou a paralisar a pré- campanha porque as pessoas estão se mexendo, se estruturando e quem tem mecanismos está funcionando. Há uma determinação e uma vontade que as eleições aconteçam, não mudou o prazo para as filiações”, diz Lessa.

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