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Nº 5897
Política Ideia do governo era disponibilizar alimentação de qualidade ou pagar um valor em dinheiro aos estudantes durante o recesso escolar e suspensão das atividades em razão da pandemia do novo coronavírus

ALUNOS DENUNCIAM ATRASO DO AUXÍLIO-MERENDA EM AL

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Por thiago gomes | Edição do dia 26/05/2020 - Matéria atualizada em 26/05/2020 às 06h00

Apesar de estar autorizado pela Assembleia Legislativa Estadual (ALE) desde o fim do mês passado, o governo de Alagoas ainda não cumpriu com a promessa de fornecer merenda aos estudantes da rede estadual de ensino na forma de alimento ou de depósito bancário na conta do responsável. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e os próprios alunos denunciam a falta de compromisso do Estado no período de calamidade.

Nas inúmeras propagandas que o governo do Estado faz nas redes sociais, não faltam cobranças para que o benefício chegue a quem mais necessita. A ideia do governo era disponibilizar alimentação de qualidade ou pagar um valor em dinheiro aos estudantes durante o recesso escolar e suspensão das atividades em razão da pandemia do novo coronavírus.

No entanto, até agora, muitos reclamam da demora do pagamento ou da merenda ser repassada. “Cadê a ajuda de 50 reais e cestas básicas aos estudantes das escolas estaduais? Pediram para fazer o cadastro dos estudantes e até agora nada”, cobrou uma internauta, em comentário feito numa postagem nas redes sociais do Executivo.

A presidente do Sinteal, Maria Consuelo Correia, disse que o governo do Estado propagandeou, no fim de março, que nenhum estudante ficaria sem merenda, mas dois meses após a promessa nenhum aluno recebeu. O Palácio República dos Palmares determinou o cadastro dos alunos em situação de maior vulnerabilidade sob o argumento de que estes seriam os beneficiados, prioritariamente. Porém, Consuelo conta que a responsabilidade de indicar os estudantes com este perfil ficou com a direção da escola, tornando o processo ainda mais complicado.

“Os diretores ficam com dificuldades de selecionar os mais carentes, pois, diante de uma pandemia, muitos pais destes alunos perderam os empregos ou a fonte de renda que tinham. Ou seja, muitos passam necessidades e informaram que o dinheiro é curto e não poderá ser pago a todos ao mesmo tempo”, comenta. Além disso, revela que o formulário era muito complexo, impossibilitando que muitos pais respondessem. “Só em uma escola que tive conhecimento, 300 estudantes ficaram de fora porque não conseguiram preencher”.

Além disso, a presidente da entidade diz que o cadastro só ficou disponível por cinco dias e, como muitos responsáveis não têm acesso à internet ou são semianalfabetos, não tiveram como atender ao pré-requisito.

“Para piorar, o governo federal repassa mensalmente dinheiro para merenda e o Estado tem a obrigação de passar mensalmente às escolas. Mas, desde o início da pandemia, a verba não chega às unidades”, denuncia Consuelo.

Ela diz que alguns municípios se encarregaram de fornecer cestas básicas aos estudantes cujas famílias tinham necessidades evidentes, mas os gêneros alimentícios foram distribuídos em pequena quantidade, sendo indispensável a ajuda do governo de Alagoas.

Quando apresentou o projeto ao Poder Legislativo pedindo autorização para alterar lei que fornece merenda aos alunos da rede estadual de ensino, o governo do Estado argumentou que a preocupação com a alimentação dos estudantes vem de longa data e se acentuou no momento atual devido aos impactos financeiros provocados pela pandemia.

Ele explicou que a modalidade de distribuição em depósito bancário possibilitaria também o fortalecimento do comércio local, que já estava bastante fragilizado e sofrendo as consequências da suspensão das atividades em todo o Estado. O projeto passou pelas comissões na ALE e foi aprovado em plenário no último dia 30 de abril.

A Gazeta fez contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e até o fechamento da matéria nenhum posicionamento foi dado.

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