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Nº 5897
Política Se os indicadores da pandemia se manterem estáveis nos próximos dias, o comércio pode até ser reaberto dia 23

PROTOCOLO SANITÁRIO PONTUA REGRAS PARA REABRIR O COMÉRCIO

Estabelecimentos devem obedecer a percentuais de capacidade de lotação para poderem voltar a funcionar durante a pandemia

Por GREYCE BERNARDINO E MARCOS RODRIGUES | Edição do dia 17/06/2020 - Matéria atualizada em 17/06/2020 às 09h29

O Governo de Alagoas divulgou, na noite de segunda-feira (15), o protocolo sanitário para a reabertura dos setores econômicos que tiveram seus serviços suspensos em todo o estado devido à pandemia da Covid-19. O documento, no entanto, não trouxe as datas para reabertura dos setores, que, devido ao novo decreto de isolamento social, permanecem fechados até o dia 22 de junho. O Grupo de Trabalho da Flexibilização ventila como data provável o dia 23, mas isso vai depender da intensidade de como os casos de coronavírus vão se manifestar esta semana em Alagoas. As regras do protocolo, publicadas no Diário Oficial do Estado de ontem, estabelecem para todos os setores, por exemplo, o uso obrigatório de máscaras para os prestadores de serviços, visitantes, usuários e clientes de qualquer estabelecimento comercial, assim como a disponibilização ininterrupta de álcool gel 70% em locais fixos de fácil visualização e acesso. Além disso, os estabelecimentos devem dispor de um pano de chão umedecido com uma solução de água sanitária, na entrada do estabelecimento, e fixar uma distância segura de 1,5m, a fim de que não haja a propagação do novo coronavírus. As filas em estabelecimentos deverão, ainda, possuir marcadores de piso respeitando a distância mínima de 1,5m entre clientes, e a limpeza e desinfecção dos ambientes, mobiliário e maquinário deve ocorrer a cada 2 horas. Os corrimãos de escadas e banheiros também deverão ser higienizados periodicamente, a cada 1 hora. O documento destaca, também, a proibição de reuniões presenciais com mais de 10 pessoas, priorizando, assim, os encontros por videoconferência. Para o serviço drive thru e “Pegue e Leve”, o novo protocolo determina que os lojistas entreguem as compras ao consumidor diretamente no carro ou à porta do estabelecimento. Os funcionários, no entanto, devem manter os cabelos presos e não utilizar nenhum tipo de joias, bijuterias, relógios ou adereços, para assegurar a correta higiene das mãos. A capacidade de lotação dos estabelecimentos também muda. Os setores funcionariam com capacidade reduzida de 30% para igrejas, 50% para lojas e apenas agendamento para salões e barbearias. Diante de tanta expectativa e incertezas sobre o futuro pós-pandemia, a Gazeta ouviu alguns representantes de segmentos que serão beneficiados em cada etapa de reabertura do comércio. Todos acreditam que a tendência é de reabertura, porém há quem tenha dúvidas. O empresário Fernando Peron, proprietário de um bar em Maceió, é um dos que considera importante a volta, mas sente que entre os consumidores deverá existir ainda alguma resistência para frequentar os espaços. Pela montagem do cronograma, o ramo em que atua só irá poder dá os primeiros passos para receber o público a partir de 6 de julho. “Não saiu decreto, apenas foi falado a partir do protocolo como abertura para 6 de julho. Vou ser bastante honesto. Vejo isso como uma bagunça porque essa questão do vai abrir, sem que haja um alinhamento com o governo federal, nós ficamos numa confusão tremenda. A suspensão definitiva já acaba esse mês e vamos abrir mês que vem, mesmo sabendo que não vai ter movimento para isso. Mesmo sabendo que a população não quer que abra agora, pois ainda estamos vendo aí que ainda há um crescimento de casos”, desabafou Peron. Ainda assim, reconheceu a importância social da abertura porque gera empregos e tem pessoas que dependem de seu negócio para sobreviver. Ele revela que nos últimos meses o que havia juntado em caixa já gastou. Fernando Peron até viu com bons olhos a ideia de financiamento com juros baixos, mas alerta. “Não adianta a gente ficar tomando financiamento, mesmo que com juros baixos, para bancar empresa fechada. Não estou fazendo nada e sim apenas adiando a morte da empresa”, destacou Peron, defendendo até mesmo um adiamento do retorno, mas que possa ser feito com mais organização.

SALÕES DE BELEZA

O ramo da beleza, em especial os salões, que também foram afetados pelas regras de distanciamento, vive a expectativa do retorno. A empresária Fabiane Lopes Cavalcante disse, inclusive, que está pronta para trabalhar conforme determinam as regras do “novo normal” com segurança para clientes e trabalhadores. “Estamos adaptadas a esse novo padrão que está sendo exigido. Não só pelos clientes mas também por nós e familiares. Sabemos que precisamos atender de maneira segura. No meu caso específico, nós já atendiamos com hora marcada e não teremos dificuldade em atender as novas normas”, garantiu. Sobre a disposição das cadeiras no ambiente, ela conta que já têm distanciamento seguro uma da outra. Tanto dá para atender dois clientes por horário ou apenas um, principalmente, nesta fase inicial. Para ela, o disciplinamento feito com a agenda e horários definidos já serviam de referência para o trabalho. As igrejas e templos também estão acompanhando a discussão em torno do protocolo de retomada das atividades. O presidente da Ordem dos Pastores Evangélicos de Alagoas (Opeal), Glauco Leitão, lembrou que o que está prestes a ser colocado em prática é resultado de muito debate com técnicos do governo e entre o segmento religioso. “Há um mês que temos nos preparado para a igreja. Participamos do processo de construção de todos os itens que serão necessários para a plena segurança. As igrejas estão cientes disso porque também foram contatadas e foram capacitadas. Só estávamos esperando a decisão que dependia dos fatores da pandemia e o seu comportamento”, revelou Glauco à Gazeta. Ele não escondeu a ansiedade de poder voltar a se encontrar com os fiéis, por entender que a atividade espiritual tem sua importância neste momento de tanta angústia e preocupação na vida das pessoas. Ele lembrou que o setor evangélico buscou sempre apoio ao governo e discutindo as possibilidades que iam surgindo.

Veja algumas recomendações específicas do protocolo sanitário

> Salão de beleza e barbearia Atendimento exclusivamente mediante agendamento, com intervalo de 30 minutos, e quadro de funcionários reduzido em 50%

> Supermercado e home center Oferecer o serviço de drive thru, no qual o lojista entrega as compras ao consumidor diretamente no carro, sem circulação pela loja. Reduzir em 50% as vagas de estacionamentos nas faixas da orla, lojas, supermercados e estabelecimentos congêneres, que devem ser utilizadas de forma intercalada

> Lojas e estabelecimentos de rua Uso de provadores está proibido

> Meios de hospedagem Realizar o check-in e check-out por aplicativo, preferencialmente. Afastamento de espreguiçadeira em espaços de piscina: a equipe de atendimento de serviço de piscina deverá orientar os hóspedes para que evitem aglomerações e as espreguiçadeiras devem ser afastadas uma das outras obedecendo a distância de 2m

> Igrejas, templos e demais instituições religiosas Bancos de uso coletivo devem ser reorganizados e demarcados de forma a garantir que as pessoas se acomodem nos locais indicados e mantenham o afastamento mínimo de 1,5m umas das outras, desde que não pertençam ao mesmo grupo social ou familiar. Dispensadores de água benta ou outro elemento de consagração de uso coletivo devem ser bloqueados

> Construção civil Não permitir que as pessoas que se enquadrem no grupo de risco permaneçam em atividades nas obras. Substituir o sistema de pontos por toque biométrico por outro sistema que evite o toque no objeto/máquina por grupos de pessoas de forma seguida e frequente, ou fornecer álcool em gel próximo ao relógio de ponto para assepsia do aparelho a cada uso

> Shoppings center, galerias, centro comerciais e similares Reduzir em 50% as vagas de estacionamento nas faixas de orla, lojas, supermercados e estabelecimentos congêneres, que devem ser utilizadas de forma intercalada. Desativação e isolamento das áreas destinadas às crianças

> Bares e restaurantes Diminuir a capacidade de público do estabelecimento

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