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Nº 5897
Política Gilton Lima, presidente da Fecomércio/AL, vê decisão do governo como “bom começo”

COMÉRCIO QUER MEDIDAS CONTRA CRISE APÓS REABERTURA

Retomada de parte dos serviços não essenciais alivia pressão entre os empresários, mas futuro dos negócios é incerto com a pandemia

Por REGINA CARVALHO e JAMYLLE BEZERRA - REPÓRTERES | Edição do dia 02/07/2020 - Matéria atualizada em 02/07/2020 às 06h00

A partir de amanhã, parte dos serviços não essenciais volta a funcionar em Maceió, mas com o compromisso de seguir protocolos sanitários que fazem parte do Plano de Distanciamento Social Controlado, traçado pelo governo do Estado com base na matriz de riscos durante a pandemia do novo coronavírus. A retomada é um alívio para parte do setor produtivo contemplado, que amarga prejuízos desde a suspensão das atividades em março. Para o comércio, como um todo, a situação ainda é muito preocupante e requer medidas muito fortes para tirar o setor da grave crise que atravessa. Por outro lado, a reabertura da economia é uma preocupação para especialistas que acreditam que ela deveria ocorrer mais na frente, quando houvesse maior redução dos casos de Covid-19 e a rede hospitalar não apresentasse percentual tão alto de ocupação. A análise da semana epidemiológica permitiu, segundo o governo, retomar parte das atividades em Maceió, a exemplo de lojas do comércio com até 400 metros quadrados, funcionamento de parte da demanda nos salões de beleza e barbearias. Igrejas e templos religiosos poderão receber fiéis também, mas apenas 30% da capacidade. Bares, shoppings e restaurantes não terão autorização para voltar agora, nem serão retomadas as aulas presenciais nas redes pública e privada. Na última terça-feira feira, o governo do Estado divulgou detalhes sobre a matriz de risco, que leva em conta a utilização da capacidade hospitalar, a evolução epidemiológica e a taxa de evolução da Covid-19. Segundo anunciou, esses indicadores devem ser analisados semanalmente, medidas que vão determinar a evolução na escala de Distanciamento Social Controlado, dividida em cinco fases: vermelha (fase atual), laranja, amarela, azul e verde. Sobre a retomada dos serviços, o presidente da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Gilton Lima, afirma que “na realidade, esperávamos que ela já estivesse acontecendo, quando do último decreto, porque todo o trabalho que foi feito no grupo de discussão com o governo já sinalizava que as empresas estavam preparadas para uma reabertura imediata”. Segundo ele, o anúncio do novo decreto era aguardado com expectativa ainda maior. “A reabertura foi positiva. Significa também manutenção de empregos e geração de renda, já que as empresas cumprem seu papel social. Então, falar em reabertura não significa defender somente a economia, mas a sociedade como um todo por meio do desenvolvimento do Estado”, acrescenta. De acordo com Gilton Lima, apesar de a reabertura não abranger todos as cidades, já é um “bom começo” para a retomada econômica do estado. “A expectativa era de que a reabertura alcançasse todo o Estado, o que não aconteceu. Mesmo assim, a permissão para o retorno das atividades não essenciais em Maceió já é um bom começo e demonstra que estamos no caminho certo no enfrentamento à pandemia. Esperamos, em breve, estender essa permissão às empresas do interior”, avalia. “Atuamos frente ao governo para que essa retomada se concretizasse. Agora, cabe às empresas cumprirem todas as exigências e orientarem seus consumidores. A responsabilidade é de todos nós”, reforça Lima. Dados da Receita Federal do Brasil (RFB) indicam que Alagoas possui 166.223 empresas em atividade, das quais 76.407 ficam em Maceió. Do volume geral do Estado, o Comércio detém 77.146 empresas, seguido por Serviços (66.270), Indústria (13.852), Construção Civil (8.057) e Agropecuária (898). Considerando apenas a capital, são 35.608 empresas no setor de Serviços, 29.937 no Comércio, 6.776 na Indústria, 3.944 na Construção Civil e 142 na Agropecuária. Os números de Maceió representam um aporte anual de R$ 21 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado - ou R$ 1,818 bilhão mensais -, demonstrando que a reabertura das atividades não essenciais, ainda que somente na capital, trará novo ânimo à economia.

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