Sétimo a ser sabatinado pela Organização Arnon de Mello (OAM), o candidato a prefeito de Maceió, Ricardo Barbosa (PT), cobrou do adversário pelo MDB, Alfredo Gaspar de Mendonça, respostas acerca de um suposto acordo celebrado com a Braskem enquanto o emedebista era procurador-geral de Justiça. O petista acusa o candidato apoiado por Renan Filho (MDB) e Rui Palmeira (sem partido) de ter celebrado um termo que prejudica os moradores e ameniza a responsabilidade da petroquímica na reparação dos danos. “O candidato Alfredo deve respostas ao povo de Maceió e às milhares de vítimas que perderam o seu futuro. Precisa explicar em que termo se deu este acordo, que aparece a assinatura dele, que, dentre outras cláusulas, prejudicam a outra parte, retirando um valor que já havia sido bloqueado. Com este acordo, a Braskem deixou de pagar 4 bilhões de reais e a compra da casa virou compulsória. Se o vendedor não quiser vender a casa com o valor da Braskem, terá que entrar com um processo contra a empresa, que é multinacional”, afirmou.

Questionado sobre a acusação de ser laranja do MDB nestas eleições, Ricardo disse que a presença do PT no Governo Renan Filho não interfere no pleito municipal. “O nosso partido compôs com o MDB dentro de uma conjuntura nacional, nas eleições de 2018, para fortalecimento da candidatura do Lula/Haddad. O governador decidiu apoiar o Alfredo Gaspar e tem as razões dele, assim como a direção do PT, que decidiu apresentar o nosso nome para a disputa”. O candidato passou boa parte da entrevista defendendo o PT. Para isso, argumentou que os membros do partido mantêm o orgulho da história vivenciada desde a fundação. “O PT não tem vergonha de nada e, por isso, lançou candidatos próprios. Lula é um homem íntegro, que foi preso às vésperas da eleição para facilitar a vida do candidato que venceu após uma facada. Ele continua sendo o nosso principal dirigente e está fazendo campanha para os seus candidatos”, destacou. De acordo com o petista, a eleição de 2020 é como se fosse o resgate da trajetória e reafirmação do PT na sociedade brasileira, após a desidratação da sigla desde o pleito de 2016. “Naquela eleição, o PT foi demonizado durante a gestão da presidenta Dilma, mesmo mantendo o foco nas políticas públicas, que assistiu milhões de brasileiros à margem da linha da pobreza, a exemplo do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida”. Ele disse ter orgulho do ex-presidente e do deputado federal Paulão (PT). “Paulão tem a minha amizade, já declarou voto à nossa candidatura e muito nos orgulha pelo trabalho enorme dele em prol das causas sociais. Não temos vergonha de absolutamente nada. Se tivéssemos, mudaríamos de nome. Porém, não abrimos mão da nossa estrela e da nossa liderança na sociedade brasileira”. O candidato revelou que o Partido dos Trabalhadores lutou, até o último instante, para uma composição com o PSOL na campanha deste ano, evitando a fragmentação da esquerda, porém as tratativas não avançaram. “A professora Valéria não pode me deixar mentir. Lutamos até o fim, lançamos, inclusive, um manifesto, com a proposta da união, mas o PSOL refez a discussão interna e decidiu lançar Valéria para vice na chapa que seria encabeçada por Ronaldo Lessa. Todavia, Lessa desistiu e o PDT se juntou com a turma da direita, do Bolsonaro, dos golpistas”. Além de Gaspar, Ricardo também criticou os demais adversários que aparecem na dianteira das pesquisas eleitorais. Na avaliação dele, os três mais bem colocados tentam esconder que têm ou já tiveram ligação recente com o atual prefeito Rui Palmeira. Quanto a Davi Davino Filho (PP), especificamente, afirmou que o candidato mantém uma fundação privada que represa recursos do SUS e acaba privilegiando os atendimentos. A campanha de Alfredo Gaspar enviou uma nota com o posicionamento do candidato extraído da sabatina na TV Mar, nessa segunda-feira. Na entrevista, o emedebista disse que vai exigir celeridade no pagamento das indenizações por parte da empresa Braskem. “Vou responsabilizar, via ação judicial a ser movida pelo Município de Maceió, a Braskem pelos graves danos causados à população e à cidade. Esses são compromissos assumidos no meu Plano de Governo, assim como a criação de um conselho de gestão de crise, ligado diretamente ao Gabinete do Prefeito, e estabelecer uma equipe multissetorial, com a participação de membros dos bairros atingidos, que vai efetivar todas as ações para solucionar e mitigar os danos junto à população”, revelou o candidato.

PROGRAMAÇÃO

Nesta quarta-feira (28), a partir das 8h30, a TV Mar - canal 525 da NET/Claro - dá continuidade à sabatina com a candidata Lenilda Luna (UP). A série de entrevistas acontece até o dia 30 de outubro e é transmitida, simultaneamente, pelos três veículos da Organização Arnon de Melo.