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Nº 5882
Política

Renan nega lista de ministeri�veis do PMDB

Brasília – O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse ontem que o partido “não vai levar lista pronta” para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem pressiona o governo para acelerar a reforma ministerial para acomodar a legenda, que passou

Por | Edição do dia 08/01/2004 - Matéria atualizada em 08/01/2004 às 00h00

Brasília – O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse ontem que o partido “não vai levar lista pronta” para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem pressiona o governo para acelerar a reforma ministerial para acomodar a legenda, que passou a compor a base aliada. “O PMDB não vai reivindicar nada, vai aguardar o que o governo tem a nos oferecer. O tempo da reforma e sua abrangência são do presidente Lula”, declarou o senador alagoano. Calheiros se contradisse ao afirmar que os possíveis nomes do PMDB só serão definidos quando o governo “determinar exatamente quantas e quais serão as cadeiras destinadas ao partido”. Anteontem o senador havia dito que “não há um segundo nome, e o líder (na Câmara Eunício Oliveira,CE) é o que atende a todos nós”. “Só vamos reunir a bancada e definir os melhores nomes quando soubermos quais ministérios vamos ocupar”, disse ontem o líder do partido no Senado. Para ele, que ressalta a importância do PMDB nas votações das reformas tributária e da Previdência, o partido está “disposto a ouvir mais do que falar”. “O PMDB entende que fez a sua parte nas votações do ano passado no Congresso. Demos 90% dos votos para aprovar a reforma da Previdência e 100% na tributária”, afirmou. Lula acalma ânimos O governo resolveu tentar esfriar o ritmo de especulações sobre a reforma ministerial que fará, marcando para a semana que vem reunião para a oferta de cargos ao PMDB. Além disso, Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para ministros cotados para perder a vaga a fim de acalmá-los, entre eles Olívio Dutra (Cidades), e divulgou nota criticando o noticiário sobre o tema. Enquanto isso, conduz pessoalmente as negociações nos bastidores. O ministro José Dirceu e a cúpula do PMDB vão se reunir na segunda, quando o chefe da Casa Civil deverá formalizar a oferta do presidente ao partido. Lula deve viajar no mesmo dia ao México, de onde volta na quarta-feira. Dirceu fez o convite para a reunião terça-feira ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP), no auge das pressões e contrapressões dos que querem entrar e, sobretudo, dos que querem permanecer no governo. Lula tem dificuldades para substituir antigos companheiros do PT e criticou, por meio de nota, as especulações. Segunda-feira, em reunião com seus principais auxiliares, o presidente os avisou de que cuidaria diretamente do assunto. “Vou cuidar disso a partir de amanhã [ontem]”, disse o presidente, segundo relato de ministros. O dia de ontem teve algumas reviravoltas. Exemplo: em vez de uma reforma tópica, para atender apenas ao PMDB, o governo já pensa em mudar amplamente. Logo, em vez de fazer a reforma em duas etapas, agora e em abril, ela pode ocorrer de uma vez só. Mas a virada mais surpreendente se deu em relação à posição de dois ministros, cujas substituições eram dadas como prováveis: Miro Teixeira (Comunicações) e Olívio Dutra (Cidades). Ambos têm chances de permanecer no governo, sendo que Olívio no próprio Ministério das Cidades. Miro é do PDT, partido que passou a fazer oposição a Lula e ontem mesmo se reunia no Rio para exigir que seus filiados saiam do governo até o dia 31 deste mês. O ministro, porém, tem ligação direta com o presidente, com quem teve longa conversa na segunda-feira.

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