O maior fato político da semana, a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, que anulou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo com que os processos recuem para a 1ª instância, em Brasília, foi comentada por parte da bancada federal alagoana. A maioria, porém, preferiu o silêncio. A posição jurídica teve dois aspectos. O primeiro beneficial o petista, que assim retomou seus direitos políticos e se a eleição fosse hoje estaria elegível. A segunda é que também extinguia o questionamento feito pela defesa de Lula sobre a imparcialidade do juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro. Foi ele quem condenou o ex-presidente no caso do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. Segundo o deputado federal Pedro Vilela (PSDB), usou suas redes sociais para uma breve manifestação. O tucano considerou uma “turbulência” desnecessária em função do momento crítico que o país vive com quase duas mil mortes ao dia e outras 268 mil mortes. “Em que pese a turbulência causada por recente decisão do ministro Fachin, gastar tempo e energia debatendo o processo eleitoral, que só vai acontecer no ano que vem, é um desrespeito à gravidade do momento. O foco deve ser a vacinação, auxílio emergencial e retomada da economia”, criticou Vilela. Segundo o ex-ministro e deputado federal Marx Beltrão (PSD), mais do que nunca a decisão do ministro teve como base a Constituição Federal. Sem citar Lula ou o PT, ele preferiu destacar o aspecto legal do processo a politizar a discussão. Ao invés disso, observou a questão técnica que norteou a posição do julgador. “A posição e a determinação da Justiça brasileira precisa sempre ser respeitada. Ordem judicial deve ser cumprida. Pode até ser questionada, mas antes precisa ser cumprida integralmente. Acredito que o Supremo, na voz e na decisão do ministro Fachin, atuou em respeito na nossa Constituição Federal e em respeito à necessária correção dos atos processuais”, escreveu Marx. Quem teve a coragem de enveredar pelo aspecto político da decisão foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Usando sua rede social, apoiou a decisão no que referia a Lula, mas como também procurava tirar o juiz Sérgio Moro do processo de isenção, não escondeu sua opinião crítica. “Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!”, questionou Lira.