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Nº 5882
Política

Petistas indicam vice do CSA para comandar o Incra

ARNALDO FERREIRA A tendência petista Democracia Socialista (DS) apresentou, ontem, o arquiteto urbanista Gino César de Menezes Paiva ao diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), como sugestão para substituir o engenheiro Mário Agra, na superi

Por | Edição do dia 28/01/2004 - Matéria atualizada em 28/01/2004 às 00h00

ARNALDO FERREIRA A tendência petista Democracia Socialista (DS) apresentou, ontem, o arquiteto urbanista Gino César de Menezes Paiva ao diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), como sugestão para substituir o engenheiro Mário Agra, na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/AL), conforme antecipou a GAZETA DE ALAGOAS. Os movimentos sociais de trabalhadores sem-terra não entenderam a indicação e alguns militantes estranharam a indicação de Gino César para tocar a política de reforma agrária do presidente Lula. A substituição de Mário Agra ainda está longe de ser resolvida. A indicação da DS agora depende da aprovação da direção estadual do PT. “O Partido dos Trabalhadores reunirá sua Executiva para apreciar a sugestão da DS. A Executiva emitirá a sua posição o mais breve possível”, adiantou o presidente do PT alagoano, deputado Paulo Fernando dos Santos (Paulão), sem fazer defesa ou crítica da indicação. Caso seja aprovado o nome de Gino César, a indicação seguirá para ser apreciada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosetto, e pelo presidente nacional do Instituto, Roelf Hackbart. Um detalhe: o presidente do Incra ainda não recebeu a carta-demissão de Mário Agra. Agra comunicou sua decisão ao PT por divergência com a DS. Mas até agora Brasília não sabe de nada oficialmente. Tanto que o presidente do Incra, em dois comunicados à superintendência local, cobrou a carta-renúncia de Mário Agra. O superintendente em exercício, Jorge Tadeu, confirmou a informação apurada pela GAZETA DE ALAGOAS. Mas preferiu não fazer comentários. Sobre a indicação da DS, Tadeu fez a política de boa vizinhança: “Confiamos no PT. Há uma promessa do partido de que o novo superintendente do Incra atenderá critérios de perfil técnico, terá trânsito com os movimentos sociais e se integrará ao corpo técnico do instituto”. Tadeu revelou, ainda, que os dirigentes dos movimentos sociais e os técnicos do Incra vivem um clima de expectativa. “Esta expectativa é natural. Até porque houve uma ruptura no processo administrativo e na política de reforma agrária pouco usual. A saída do superintendente do Incra, como ocorreu, surpreendeu a todos”. O superintendente em exercício do Incra admitiu que há um clima de insatisfação grande dos movimentos sociais. “A nossa política de reforma agrária enfrenta um déficit de assentamento muito grande. Só do ano passado a previsão era assentar 1.600 famílias”, disse, reconhecendo que desse total nenhuma família foi assentada. Somente agora estão sendo cadastradas apenas 70 famílias. Perfil A DS discutiu dois nomes para indicar ao PT. O professor Milton Canuto preferiu cuidar da militância sindical e de questões nacionais do Fundef. Ele acabou também indicando o nome de Gino César. Mas quem é a nova indicação do PT para o Incra? Esta foi a pergunta que os trabalhadores sem-terra faziam ontem. Gino César é um conhecido militante do movimento estudantil da década de 80. Em 1985 foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE); foi presidente do Centro Acadêmico (CA) de Engenharia. Em seguida, presidiu, duas vezes, o CA de Arquitetura da Ufal. Formou-se em arquitetura urbanística. No primeiro ano do governo Ronaldo Lessa (PSB), assumiu a direção da Fundação Estadual de Planejamento Agrícola - antigo Cepa - na gestão do secretário de Agricultura Mário Agra. Atualmente, é secretário geral do PT/AL, é da coordenação nacional e estadual da DS, é chefe de gabinete do vereador Thomaz Beltrão (PT) e ainda é o vice-presidente do Centro Sportivo Alagoano (CSA). “Pela minha formação política, sempre tive boa relação com os movimentos sociais. Temos de superar divergências locais para tocar a política de reforma agrária, que para mim é o coração do governo Lula”, defendeu Gino, ao lembrar que ainda tem um longo caminho a percorrer até assumir o Incra.

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