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Nº 5897
Política

CORTE DE RECURSOS PODE ATRAPALHAR FUNCIONAMENTO DA UFAL E DO IFAL

Orçamento aprovado para a universidade este ano é 32% menor do que o de 2020

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 22/05/2021 - Matéria atualizada em 22/05/2021 às 04h00

O ano acadêmico para o ensino superior federal, em Alagoas, não será nada fácil para os gestores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Referência na formação para o mercado alagoano, as duas instituições penam para manter as estruturas na capital e no interior do Estado. O descontingenciamento de R$ 2,59 bilhões do orçamento para as universidades ainda não significa tranquilidade para a conclusão de 2020.

Isso porque o que está sendo liberado é o que era previsto e não havia sido liberado. Conforme desabafou o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, é possível que a instituição só continue funcionando até o mês de setembro. “Com relação ao orçamento da universidade aprovado pela LOA , o custeio é R$ 42 milhões ou 32% a menos que o ano passado. Impacta em relação aos serviços contratados: combustível, segurança, internet e impacta nas atividades acadêmicas como pagamento de bolsas e outras atividades”, disse Tonholo. E não somente isso, porque outras situações consideradas básicas para o funcionamento da instituição também não foram pagas como contas de água e luz. “ O que o ministério da economia está propondo é liberar o que não havia sido disponibilizado. O que vinha não dava para pagar nada”, enfatizou o reitor. Se por um lado o funcionamento estrutural tem problemas, tão grave quanto isso é o reflexo para as atividades acadêmicas, que são a essência do trabalho da Ufal para a sociedade. Além, é claro, de ser fundamental para o processo de formação. “Mesmo com os cortes e restrições que já estamos fazendo com readequação de contratos - mais cortes de bolsa de extensão e monitoria que não tiveram editais publicados”, conta Tonholo em tom de lamentação.

Ou seja, tão grave quanto a questão do dinheiro que era esperado e não veio é o que deveria ter sido aprovado e não foi. Porque a gestão está comprometida com o que precisa honrar e prejudicada com o precisaria investir. De um modo ou outro, a qualidade dos serviços tende a ficar aquém do que a Ufal sempre apresentou à sociedade alagoana.

“Temos dois problemas a redução do orçamento e o contingenciamento. Temos que levar em conta que uma parte pelo Ministério da Economia, ainda teve outros 13,8% do Ministério da Educação. Essa explicação da economia se refere a supressão da primeira parcela. Mas o MEC ainda não se pronunciou”, lembrou o dirigente. Segundo o gestor, para que o leitor compreenda, já que custos se referem a manter a compra de insumos, é que em plena pandemia há EPIs, cujos preços quintuplicaram, como caixa de luvas que aumentaram até dez vezes e luvas até sete vezes, bem como notebook e PCs que já passam do dobro. “Material de laboratório todos aumentaram de 30 a 40% acima da inflação. Com o orçamento posto e a liberação do contingenciamento é absolutamente insuficiente”, enfatizou.

IFAL

No Ifal o cenário também não é nada fácil. Conforme levantamento do reitor Carlos Guedes de Lacerda, os valores repassados este ano correspondem ao que foi consumido em 2011. Na prática, o orçamento de 2021 tem uma perda já apurada de 20,32% somente em relação ao executado em 2020. “O orçamento discricionário atual do Ifal em 2021 é de R$ 50.748.499,00. Esse valor é 20,32% inferior ao ano de 2020. O orçamento em 2021 está no patamar de 2011, quando tínhamos menos da metade dos alunos que temos hoje. Atualmente são 19 mil, enquanto há dez anos eram 8 mil”, explicou Guedes. Continuam bloqueados pelo Decreto nº 10.686, de 22 de abril de 2021, R$ 7.148.183,00, que correspondem a 18,75% dos recursos utilizados para a manutenção e o funcionamento da Instituição. “Então, na verdade, não houve recomposição do orçamento e sim liberação de parte do que já estava contingenciado, ou seja, “travado” para utilização. Em resumo, o que temos hoje é um orçamento cerca de 20% menor do que 2020, próximo aos níveis de dez anos atrás, e ainda com quase 20% bloqueados”, completou o reitor do Ifal. Com campi avançados assim como a universidade, o Ifal precisa se desdobrar para atender as necessidades de todos, incluindo suprimentos e ações acadêmicas. E aí onde a preocupação aumenta, já que diante da frieza dos números muitas ações serão inviabilizadas se não houver uma mudança de rumo. “E o mais grave, o risco de inviabilizar as ações relativas ao Ensino Remoto Emergencial que necessitam de orçamento disponível para aquisição de equipamentos como tablets e também para manutenção do pagamento do Auxílio Conectividade que permite acesso à internet aos estudantes, inviabilizando a principal atividade acadêmica realizada pelo Ifal nesse momento”, previu o Guedes.

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