Os ecos da CPI da Covid-19 do Senado Federal continuam a chegar a Alagoas, em especial depois da pressão feita pelo relator da comissão, o senador alagoano Renan Calheiros (MDB). Desde então ele acabou colocando o Estado na mira dos senadores governistas. A prova disso foi dada pelo próprio secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres, que acabou revelando que o órgão já recebeu mais de 15 requerimentos de parlamentares integrantes da comissão. Sem citar nomes dos solicitantes e diante da repercussão do fato, ele orientou a assessoria da secretaria a emitir uma nota oficial sobre a demanda originada em Brasília. De acordo com o texto os técnicos da Sesau estão fornecendo todos os dados solicitados. "A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que recebeu e está respondendo aos requerimentos enviados pela CPI da Covid-19, que tramita no Senado Federal, com pedidos padronizados e solicitados a todos os estados brasileiros. O teor dos questionamentos encaminhados são gastos com hospital de campanha, investimentos para a aquisição de medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e gastos com folha de pessoal", diz a nota. Em geral, os pedidos pedem detalhes sobre os gastos federais da Sesau com a pandemia da Covid-19, desde que o vírus aportou por aqui no mês de maio, mas principalmente sobre o que foi feito e no que foram investidos os valores repassados pelo governo federal. As informações devem ganhar notoriedade na CPI em sua segunda etapa, quando se esgotarem as convocações e depoimentos de quadros do Ministério da Saúde ou da estrutura do Executivo. Quanto aos requerimentos feitos ao Estado, eles teriam ocorrido nas últimas duas semanas e cobram detalhes específicos . Conforme apurou a Gazeta, a Sesau já dispõe dessas informações publicadas no Portal da Transparência da própria secretaria, que criou um link próprio atualizado diariamente sobre os devidos gastos. Outra informação que já é de conhecimento dos senadores envolve os gastos com a compra de respiradores por meio do Consórcio Nordeste e que nunca foram entregues. A Gazeta também tentou apurar se algum dos requerimentos envolve a convocação do próprio secretário Ayres ou de algum técnico do órgão. Na relação de convocações a serem analisadas na CPI da Covid-19 a prioridade será para os estados onde já ocorreram operações da Polícia Federal e irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União. Como os senadores da base governista querem convocar os governadores, é possível que os gestores das pastas da Saúde, não investigados, só entrem na relação como alternativa a impossibilidade de comparecerem à comissão.