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Nº 5868
Política Sargento Marcos Ramalho já é alvo de denúncia por receber um supersalário como médico

SERVIDORES DO SAMU ACUSAM BRAÇO DIREITO DE AYRES DE PERSEGUIÇÃO

Secretário-executivo de Saúde, Marcos Ramalho teria praticado assédio moral e agido com autoritarismo quando coordenou órgão

Por Da Redação | Edição do dia 21/08/2021 - Matéria atualizada em 21/08/2021 às 04h00

Funcionários do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] de Alagoas, ouvidos pelo deputado Davi Maia (DEM), na última quinta-feira (19), denunciaram a falta de estrutura de trabalho no combate à pandemia de Covid-19 e acusaram o secretário-executivo de Saúde, Marcos André Ramalho, de prática de assédio moral, perseguição e de autoritarismo. Antes de ser o braço direito do secretário Alexandre Ayres, Ramalho era o coordenador geral do Samu, exercendo, ainda, grande influência no órgão. O parlamentar decidiu ir até a sede da unidade para conversar com os trabalhadores, conferir as escalas de plantão e analisar as instalações. Lá, ele disse que ouviu dos servidores histórias que colocam em dúvida a presteza e a excelência no trabalho desenvolvido pelo secretário-executivo, como defenderam alguns deputados no dia em que Maia denunciou que Ramalho receberia uma média mensal de R$ 70 mil, acumulava funções de maneira indevida e recebia por plantões não cumpridos. Segundo eles, Ramalho não comparecia ao local. “Aqui [no Samu] a gente trabalha no tronco. Se vacilar, leva chibatada porque o rei se acha. Aquela crista dele vai cair, é muito prepotente, só fica gritando no corredor. Quando pega um besta, bota para quebrar”, afirmou um dos funcionários, sem querer se identificar, durante conversa com Davi Maia. O relato dele foi gravado com vídeo e áudio, que foram publicados nas redes sociais do parlamentar, na sexta-feira. De acordo com este servidor, uma gratificação para quem trabalha na linha de frente da Covid-19 foi prometida pelo governo do Estado, mas ele revela que só duas parcelas foram pagas para aqueles que recebem salários menores na folha. “Mesmo assim, a segunda parcela só foi repassada sob pressão. O que sei é que, no Hospital Metropolitano, onde ele [Ramalho] é o bam-bam-bam, cortaram o dinheiro para os técnicos e auxiliares, mas continuou sendo pago aos enfermeiros e médicos”. O trabalhador critica a postura de gestão de Ramalho. Para ele, o secretário-adjunto é autoritário, arrogante e perseguidor. “Manda em todas as coordenações no Samu, na supervisão geral. Aqui está cheio de militares, que vigiam tudo e invadem os setores sem pedir autorização”, expõe, destacando o caso em que uma funcionária adoeceu após ser perseguida quando desabafou pela falta de estrutura de trabalho. Quanto à falta de estrutura, o servidor revela que o Samu não tem um circuito de respirador há muito tempo. Segundo ele, o equipamento é imprescindível no enfrentamento à pandemia. Também cita más condições do alojamento e salários baixos, bem diferente da remuneração de Ramalho, conforme denúncia feita por Davi Maia. Os técnicos de enfermagem, por exemplo, recebem subsídios de R$ 1.400, em média, sem direito a aumento. No vídeo, o deputado disse ao funcionário que está fiscalizando o que considera ser, apenas, a ponta do iceberg. Ele fez um apelo para que os colegas de Parlamento aceitem a instalação da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Saúde, que será responsável por investigar os gastos e as ações do governo do Estado na pandemia. Maia ainda prometeu levar estas denúncias aos Ministérios Públicos Estadual (MPE), Federal (MPF) e de Contas (MPC), Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), além de solicitar investigação por parte da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Em nota, a Sesau afirmou que os salários dos servidores que atuam na linha de frente são compatíveis com o mercado e negou qualquer tipo de ilegalidade nos pagamentos. Por outro lado, não explicou a denúncia de acúmulo de cargos e escala de plantões não cumprida. Já Marcos Ramalho não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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