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Nº 5897
Política Mais da metade dos municípios de AL já anunciou o cancelamento das festas de carnaval

PREFEITOS QUEREM RECURSOS DO FECOEP PARA DESEMPREGADOS DO CARNAVAL

Por causa do aumento dos casos de Covid, maioria dos municípios suspendeu os festejos públicos

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 15/01/2022 - Matéria atualizada em 15/01/2022 às 04h00

A maioria das 102 prefeituras está com as unidades de saúde lotadas de pessoas contaminadas pelas variantes da Influenza e Covid 19. Nem os servidores de apoio técnico e administrativo da Associação dos Municípios de Alagoas escaparam da contaminação. A funcionalidade da entidade está comprometida por causa da grande quantidade de doentes. A situação chegou a tal ponto que não se fala mais em carnaval de rua no interior e na capital. A preocupação agora é como socorrer os trabalhadores que faturam no período, como os ambulantes, costureiras, comerciantes, músicos e outros profissionais. Os prefeitos querem que o governador Renan Filho (MDB) destine parte dos R$ 600 milhões retidos no Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza para socorrer os desempregados do carnaval. Os prefeitos pedem que a direção da AMA providencie um encontro, urgente, com o governador para discutir estratégias de socorro social. Entre as reivindicações querem parte dos recursos do Fecoep aplicados em ações continuadas e organizadas para quem está em situação de extrema vulnerabilidade social, segundo o IBGE cerca de 500 mil alagoanos.

VARIANTES

A multiplicação de casos assusta inclusive os pequenos municípios como a cidade sertaneja de Cacimbinhas, distante 175 quilômetros de Maceió. A maioria dos 10 mil habitantes da prefeitura administrada pelo presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley (MDB), afirma que os casos de síndromes gripais se multiplicam numa velocidade espantosa. O próprio Hugo Wanderley recebeu um relatório da secretaria municipal confirmando que, só num dia [quarta-feira, dia 5], cerca de 92 pessoas deram entrada nas unidades com sintomas descritos para casos das variantes da influenza.

A situação força o presidente da AMA a buscar um encontro, urgente, com o governador para discutir estratégias de barreiras sanitárias e de socorro aos informais que perderão oportunidades de trabalho com a suspensão das festas de carnaval. O vice-presidente da AMA, o prefeito de Maragogi, médico Fernando Sérgio Lira (PP), foi o primeiro a suspender o carnaval de rua em Alagoas. Em dezembro, anunciou a medida e passou a reforçar o controle sanitário. A estratégia funcionou e manteve o principal setor econômico - o turismo - aquecido. Lira confirmou que no município, de 33 mil habitantes, praticamente dobrou a população. “A cidade está lotada. Hotéis, pousadas, casas de veraneio e de aluguel, tudo ocupado”, disse Lira. “A nossa preocupação é com o pessoal da informalidade que fatura no carnaval. A minha sugestão é que o governo utilize uma parte dos R$ 600 milhões retidos do Fecoep em ações organizadas para auxiliar os que ficarão sem trabalho”. Outros prefeitos, inclusive do mesmo partido do governo [MDB), querem que os recursos do Fecoep sejam utilizados no combate à pobreza como preveem os objetivos principais do Fundo. A maioria pediu para não ter os nomes publicados para não ser indispor com a família Calheiros. Os prefeitos afirmam que há dinheiro para ações emergenciais. O líder do governo na Assembleia, deputado Sílvio Camelo (PV), também confirma. Recentemente, Camelo afirmou que existe o recurso do Fecoep retido na Secretaria de Estado da Fazenda. O montante, segundo ele, é para lastro de programas previstos para execução neste último ano da gestão Renan Filho.

CARNAVAL

Após decisão da Prefeitura de Maceió, na quarta-feira (5), junto a outros 11 municípios, cancelando a promoção dos festejos de carnaval em 2022, a maioria dos 102 municípios confirmou a suspensão dos eventos previstos para o período. Quem ainda não suspendeu as festas públicas, o Ministério está recomendando o cancelamento das festas e cobrando explicações. Os técnicos do Tribunal de Contas também recomendam que neste momento é preciso pensar na saúde pública.

Os cancelamentos vieram após aumento significativo no número de casos de Covid-19 e de Influenza, depois do “liberou geral” das festas do fim do ano, lamentam os infectologistas da Secretaria de Estado da Saúde. Os casos, no entanto, já vinham numa crescente, desde a descoberta das novas variantes dos vírus, que possuem maior transmissibilidade.

Na capital, hospitais já anunciaram a superlotação dos leitos para Covid e a lotação das UTIs - 83%. Mesmo com 88% da população adulta com o esquema de imunização completo em duas doses, a recomendação dos especialistas é unir todos os meios de prevenção para evitar uma retomada do número de mortes..

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