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Política

OFICIAIS SE REÚNEM PARA COBRAR PROMESSAS DE RENAN FILHO

Entre os compromissos assumidos e não cumpridos estão escalonamento de postos e reorganização das promoções

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 18/01/2022 - Matéria atualizada em 18/01/2022 às 04h00

Aumenta o clima de insatisfação dos coronéis entre outros oficiais da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e a maioria dos 15 mil PMs ativos e inativos contra o governador Renan Filho (MDB), acusado de não cumprir compromissos assumidos com as categorias com relação à regulamentação da Previdência, o escalonamento de postos e reorganização das promoções. Hoje, a partir das 15h, os oficiais das duas instituições se reúnem na sede da Associação dos Oficiais Militares para discutir pleitos já negociados com o governo do Estado há mais de um ano e que até agora não foram enviados para a Assembleia Legislativa para a regulamentação. A informação foi divulgada ontem pelo presidente do Clube dos Oficiais e presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), coronel Olegário Paes, que confirmou o clima entre os colegas. Entre os compromissos não cumpridos pelo governador está o Sistema de Proteção Social, que trata da Previdência dos Militares. O projeto está pronto e o governo não envia para o Poder Legislativo apreciar e votar. Além disso, os militares esperam a votação de outro projeto que trata do escalonamento vertical. Esse projeto, segundo explicou o líder dos oficiais, trará dignidade salarial dos mais de 15 mil militares ativos, inativos e pensionistas. O escalonamento vertical é uma tabela de subsídios que pode resgatar até 30% dos vencimentos que foram corroídos nos últimos anos. Antes de 2005, quando os militares recebiam através de soldo, o vencimento maior era o do comandante da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. As categorias inferiores recebiam os reajustes de forma escalonada. Por exemplo, abaixo do posto de coronel, o de tenente-coronel recebia 90% do teto dos militares, o major 80% e assim sucessivamente, até chegar ao do soldado, que recebia 20% do salário de coronel. Hoje, a defasagem se agravou com a inflação e passou dos 30%. Essa indicação legislativa elaborada por deputados da própria Assembleia foi encaminhada para o Gabinete Civil, seguiu para o próprio o chefe do Executivo estadual e a encaminhou para as organizações militares que opinaram sobre o impacto. Depois da análise, os oficiais enviaram a contraproposta dentro da viabilidade econômica para restabelecer uma regra constitucional e legal que foi suspensa desde 2006, quando mudou a forma de pagamento de soldo para subsídio. As categorias menores têm perdas maiores. “O governo de Alagoas não negocia e nós vamos pressionar para abrir o diálogo. As corporações estão abertas para conversar. Do contrário pode ocorrer radicalização”, admite o coronel Olegário, sem entrar em mais detalhes. Os militares também vão cobrar do governador a reorganização profissional nas instituições com a aprovação do Projeto “Q.O” (Quadro de Organização dos Militares). Esse projeto garante a ascensão dos militares. Ele define a quantidade de militares por categorias. Por causa desse represamento das ascensões imposto pelo governo, as ações dos militares se multiplicaram na Justiça e contribuíram para o aumento da insatisfação nos quartéis. “A situação impede o tenente de ser promovido a capitão; o capitão de subir ao posto de major, que fica impedido de ascender a tenente-coronel, que, por sua vez, não chega ao posto de coronel”, revelou o líder dos oficiais. “Os nossos comandantes até tentam, mas o governo abandou os militares há muito tempo”, afirmou o presidente da União dos Policiais Militares, tenente Giovani Máximo, ao resumir o clima entre os militares.

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