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MACEIÓ TEM SEGUNDO PIOR INVESTIMENTO EM SANEAMENTO DO PAÍS

Dados do Instituto Terra Brasil mostram que a capital alagoana investe R$ 21,61 por habitante, à frente apenas de Macapá (R$ 11,25)

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Ranking reflete cenário de 2020, quando a Casal era administradora do serviço na capital
Ranking reflete cenário de 2020, quando a Casal era administradora do serviço na capital -

Maceió está entre as 10 piores cidades do Brasil para o saneamento básico, conforme o estudo “Ranking do Saneamento com foco nos 100 maiores municípios brasileiros”, publicado nessa terça-feira (22), pelo Instituto Terra Brasil em parceria com a GO Associados. Ela ocupa exatamente a 10ª posição nesta lista negativa Considerando o investimento médio anual por habitante, Maceió aparece como a segunda cidade brasileira que menos investiu, com R$ 21,61 por habitante. A capital alagoana ficou à frente apenas de Macapá (AP), que investiu apenas R$ 11,25 por habitante. O status reflete o cenário de 2020, quando a Casal [Companhia de Saneamento de Alagoas] era a administradora do serviço, e é o resultado da combinação de uma série de fatores. O principal deles é a ausência de prioridade no governo de Alagoas para o setor, considerado essencial para a manutenção da dignidade humana. A pesquisa mostra que 57% da capital não têm atendimento de esgoto, inclusive na zona urbana, o que agrava ainda mais a situação por causa da concentração populacional. Deste percentual, só metade é tratada em relação à água consumida. No ano em que o levantamento foi feito, o investimento anual médio em saneamento foi de R$ 21,61 por cada habitante, um dos mais baixos do País, representando mais de 54% de perdas no faturamento por falta deste direcionamento em recursos. Defensor da concessão do serviço de água e esgoto à iniciativa privada e um dos que acreditam no sucateamento da Casal, o deputado estadual Davi Maia (UB) afirmou que já esperava a posição ruim de Maceió neste ranking. E aponta o governo do Estado como principal culpado pela avaliação negativa. “O estudo mostra que o governo de AL passou sete anos e não investiu o que deveria, sempre esperando recursos externos. Neste tempo, não conseguiu firmar as parcerias público-privadas e um dos exemplos é concessão Sanana-Sanema que ficou parado quase seis anos desse governo. O Instituto Trata Brasil apresenta Maceió é como a pior capital do Nordeste em termos de investimento e tratamento do esgoto. É um marco que governador vai ter que carregar para sempre”, analisa o parlamentar. O deputado Cabo Bebeto (PTC) classificou como um problema antigo, sem qualquer atenção e prioridade dadas pelo Poder Executivo. “Ninguém se preocupa com o saneamento da cidade. Cresce a cidade e não se acompanha o nível de investimento”, avaliou.

NOTA

Em nota, a Casal não comentou a deficiência no serviço em 2020. Apenas citou os dados que considera ser um avanço no setor. Informou que os investimentos atuais na implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgoto, na ordem de R$ 500 milhões, devem dobrar a cobertura de esgotamento sanitário da capital, chegando a 70% ainda este ano. Pontuou, como exemplo, a parceria com a Sanama e a Sanema, para avanço do saneamento. Já a BRK Ambiental admitiu que o estudo do Instituto Trata Brasil revela a necessidade de investimentos voltados para o setor de saneamento e se colocou como a empresa que vai mudar a realidade.

A concessionária informa que, desde que assumiu a operação nas 13 cidades do bloco de atuação, em julho e em setembro de 2021, já investiu mais de R$ 67 milhões na recuperação, modernização e automação de unidades operacionais dos sistemas de água e esgoto, entre outros serviços. E divulga que, com o plano diretor em fase de aprovação, a BRK segue realizando investimentos emergenciais, já que as grandes obras virão com o avanço do projeto de concessão. Entre as metas contratuais da empresa, estão a universalização dos serviços de água em até seis anos e dos serviços de esgoto em até oito anos, além da redução da perda de água para, no máximo, 25% em 20 anos.

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