Transição
DESEMBARGADOR KLEVER LOUREIRO ASSUME COMANDO DE AL
Governador interino diz que encara desafio com humildade e terá canal de diálogo com servidores públicos do Estado
O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Klever Rêgo Loureiro, tomou posse como governador interino do Estado, neste sábado (2), em cerimônia no Palácio Floriano Peixoto, em Maceió. Ele assume o posto após a renúncia de Renan Filho (MDB) e, posteriormente, o comunicado do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor (MDB), de que não assumiria a função.
O novo governador permanece no cargo por 30 dias, o tempo que a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) precisa para convocar e realizar a eleição para o cargo de governador tampão. Nesse período, o desembargador José Carlos Malta Marques assume a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
Em seu discurso de posse, Klever Loureiro afirmou que realizará poucas mudanças na estrutura governamental. Alguns secretários de Estado que já atuavam no governo anterior, permanecem no cargo, com exceção daqueles que foram exonerados para concorrer nas próximas eleições.
“Farei isso com a responsabilidade que o cargo exige, com a ética que o cargo exige. E sempre com a simplicidade, sem perder a liturgia do cargo, respeitando os demais poderes, de forma harmônica, administrativamente. Manteremos essa conduta durante a minha estada no cargo de governador, sempre fiel ao que prevê nossa Constituição Federal”, afirmou o novo governador de Alagoas.
Klever Loureiro finalizou seu discurso fazendo um agradecimento a Deus e aos familiares. “Agradeço a todos, agradeço a Jesus Cristo, que Deus ilumine todos nós e que possamos, com os demais poderes, fazer uma governança a altura do que Alagoas merece”, afirmou.
Durante a cerimônia, autoridades políticas e do Poder Judiciário cumprimentaram o novo governador. O presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), deputado Marcelo Victor (MDB), enfatizou a importância da harmonia entre os poderes. Ele não assumirá o governo para estar apto a se candidatar nas eleições proporcionais de outubro.
“Hoje, Alagoas dá um exemplo para o Brasil, um exemplo de democracia e de interesse republicano entre os homens que fazem o Estado. Se fôssemos um país, estaríamos hoje dando exemplo para o mundo”, afirmou o presidente da ALE.
DIÁLOGO COM SERVIDORES
O carisma do governador interino e o anúncio de que irá dialogar com os servidores públicos acabou constrangendo o ex-governador Renan Filho (MDB), durante entrevista coletiva que ocorreu após a cerimônia de posse. Ao contrário do que foi feito durante toda a gestão que acaba de terminar, ele diz acreditar que é importante ouvir os representantes das categorias de servidores públicos, mesmo com apenas 30 dias de mandato.
“Sim, ouvirei. Isso será uma das minhas metas. Tenho que olhar porque o Estado, com sua estrutura toda, sem os servidores, não teria nem como existir. Eles são o lastro e a base que sustenta qualquer poder, seja Executivo, Legislativo ou Judiciário”, disse Loureiro.
Mero espectador, por ter renunciado ao cargo de governador no período da manhã, Renan Filho não teve direito à fala durante a posse do novo governo. Como será candidato à reeleição, ficaria impedido de disputar o pleito caso exercesse a função de mandatário do Estado.
Klever Loureiro revelou que a gestão de Renan Filho não fez nenhuma transição para lhe passar detalhes do funcionamento da máquina administrativa. Por isso, terá que se reunir com os técnicos do governo já no início da próxima semana. Preocupado, mesmo após a parte festiva, ele se comprometeu a elaborar uma pauta para o encontro. “Hoje mesmo farei uma pauta e, a partir de segunda-feira, saberemos como será a pauta de cada pasta, suas necessidades e o que devemos fazer. Saberemos o norte que temos que seguir”, revelou o governador.
Apesar disso, Klever disse que o tom de seu governo será conciliador e de harmonia entre os poderes, assim como agiu à frente do Tribunal de Justiça de Alagoas.
Dentro de um mês, em 2 de maio, deve ser realizada a eleição suplementar na Assembleia Legislativa, na qual será eleito o governador tampão, conforme prevê a Constituição Federal.