Deu a lógica na formação das comissões temáticas da Assembleia Legislativa. Mesmo com o silêncio oficial durante toda a semana, o presidente Marcelo Victor (MDB) manteve o que diz o regimento, e o MDB, maior bancada da casa, com 14 deputados comandará dez das 15 comissões confirmadas até o momento. O PP, com quatro parlamentares, comandará apenas Agricultura e Política Rural, com o deputado Fernando Pereira (PP). A Gazeta já havia antecipado a hegemonia do MDB e o poder de articulação da legenda, que tem a missão de garantir a governabilidade do ex-colega de parlamento, o governador Paulo Dantas (MDB). Dos nomes antecipados na semana passada, surpreendeu o de Cibele Moura (MDB) no Comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já que o vice-presidente da ALE Bruno Toledo (MDB) era favorito a ser reconduzido.

Toledo ficará no comando de duas comissões: Conselho de Ética e a de Administração, Relação do Trabalho, Assuntos Municipais e Defesa do Consumidor e do Contribuinte.

A ascensão de Cibele estaria ligada ao acordo político de bastidor do MDB após a filiação de novos quadros de sua família ao partido. A parlamentar, que acumula experiência, articulava sua presença com maior visibilidade e mostrou força dentro da legenda que escolheu na revoada partidária ocorrida durante a janela de transferência. O MDB também estará a frente das Comissões de Orçamento e Finanças comandada pelo deputado Gilvan Barros (MDB) e, ainda, a de Saúde e Seguridade com a deputada Fátima Canuto. Ela também presidirá a Comissão da Criança e do Adolescente.

ESPAÇOS POLÍTICOS

Barros foi reconduzido para a função, o que pode indicar que não se afastará do Legislativo para abrir espaço políticos para o ex-deputado Yvan Beltrão (MDB), que não conseguiu se reeleger. Na comissão que preside, a vaga da deputada Flávia Cavalcante (MDB) será ocupada pelo deputado Léo Loureiro (MDB), que assumiu o cargo após seu afastamento por 120 dias para tratamento de saúde. A segunda maior representatividade no comando das comissões é do União Brasil, que terá à frente deputado Mesaque Padilha (UB) na Comissão de Legislação Participativa e o delegado Leonam Pinheiro (UB) na Comissão de Meio Ambiente. O Avante emplacou Marcos Barbosa na Comissão de Fiscalização e Controle, e o PL Cabo Bebeto na Comissão de Direitos Humanos. De origem militar e conservador assumido, Bebeto acumula falas polêmicas no parlamento. Nesta legislatura já declarou que ajudará juridicamente jovens presos envolvidos na morte de um suposto assaltante numa festa particular desde que tenham bons antecedentes. E, mas recentemente, protocolou projeto de lei que, se aprovado, impedirá homens e mulheres trans de participarem de partidas oficiais no Estado. Um detalhe importante é que os deputados neófitos conquistaram o seu espaço dentro das articulações. Além de integrarem várias comissões como membros, em pelo menos três delas serão protagonistas. Alexandre Ayres (MDB) presidirá a Comissão de Ciência e Tecnologia, enquanto Leonam e Mesaque foram acomodados nas de Meio Ambiente e Legislação Participativa.