GASPAR E FLAVIO DINO TROCAM FARPAS DURANTE AUDIÊNCIA
O clima ficou tenso, ontem, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, entre deputados da oposição, como Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), e o ministro da Justiça Flávio Dino. A troca de farpas se iniciou quan
Por ANNA CLÁUDIA ALMEIDA | Edição do dia 29/03/2023 - Matéria atualizada em 29/03/2023 às 04h00
O clima ficou tenso, ontem, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, entre deputados da oposição, como Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), e o ministro da Justiça Flávio Dino. A troca de farpas se iniciou quando Gaspar questionou a visita do ministro à favela da Maré, no Rio de Janeiro, ocorrida na semana passada. Ele indagou se o ministro recomendaria aos policiais do Rio a mesma incursão. "O senhor recomenda os policiais do Rio que façam a mesma incursão que o senhor fez sem ser incomodados pelos traficantes? O senhor garante a vida deles naquela regão que está dizendo que é tanta paz?", questionou o parlamentar. Outro ponto apresentado por Gaspar é quanto à proposta pelo Partido dos Trabalhadores (PT) sobre visita íntimas a chefes de facções criminosas em presídios federais. "O senhor concorda com a ação proposta, em comunhão com o Instituto Anjos da Liberdade, para a que pretende retomar as visitas íntimas a chefes de facções em presídios federais, como Marcola e Fernandinho Beira-Mar?”. Gaspar encurralou o ministro ao questionar se teria “macheza” para combater o crime organizado da mesma forma com que o governo tratou os manifestantes do dia 8 de janeiro em Brasília. "Se vai usar sua macheza que botou um monte de véio, menino, no ônibus e levou para academia de policia, também contra as organizações criminosas. Se vai ser na bala, na borracha e na força". Ainda durante o 'confronto' com o Dino, o parlamentar indagou qual o plano de desarmamento dos grandes criminosos, assim como o plano de combate à corrupção. "Já que o senhor tem tanto colega 'enlameados' pela corrupção", completou. Gaspar lembrou a passagem do ministro como governador do Maranhão. "O senhor é especialista em segurança pública e torrou lá mais de R$ 5 milhões em empresa que vende maconha para comprar respiradores. Vai fazer algo parecido como ministro de Estado?". Ao responder a Gaspar, Dino afirmou que a notícia de que teria ido ao Complexo da Maré sem escolta policial não passa de "fake news”. “Fizeram essa ideia de que não tinha escolta policial, o que é mentira. O senhor me pergunta se eu tenho muita macheza. Se o senhor está interessado nesse assunto, eu informo que não estou interessado nesse assunto. Sobre esse aspecto informo ao senhor: eu não tenho medo de ninguém e nem de nada”. Dino ainda afirmou que a orientação do ministério é para o uso proporcional da força pela polícia, garantindo a realização de operações diárias contra a corrupção no País, sem a necessidade de 'espetáculo'.
PROCESSOS
Dino também recebem críticas do deputado André Fernandes (PL-CE), que questionou a quantidade de processos judiciais a que o ministro responde. “O senhor acabou de falar que não responde a nenhum processo, mas o Jusbrasil diz que o senhor responde a 277 processos”, disse. Em resposta, Dino explicou que o Jusbrasil cita envolvidos em qualquer processso como autor, testemunha, juiz, e que o número elevado não se refere à quantidade de processos em que ele é réu efetivamente.