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Nº 5897
Política

CÂMARA E SENADO ORGANIZAM COMANDO DE CPI DOS ATOS DE 8/1

Parlamentares brigam pelo controle da comissão mista e pelos cargos de presidente e relator

Por Da Redação - com agências | Edição do dia 28/04/2023 - Matéria atualizada em 28/04/2023 às 04h00

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu, na quarta-feira (26), o requerimento que permite a criação da CPMI (Comissão Mista Parlamentar de Inquérito) dos atos criminosos de 8 de janeiro. O governo lutou por meses contra a investigação.

A mudança de postura por parte de integrantes e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconteceu após a divulgação de imagens exclusivas da CNN, no dia 19 de abril, que mostram o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto no dia dos ataques criminosos. A medida levou ao seu pedido de demissão. Agora, a briga é pelo controle da comissão e pelos cargos de presidente e relator, responsáveis por conduzir a agenda dos trabalhos da CPI. A presidência deve ficar com o Senado Federal, nas mãos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). O senador Renan Calheiros (MDB-AL) está pleiteando ser o presidente da comissão, entretanto é difícil ele levar, por suas disputas com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). As informações são da analista da CNN Raquel Landim. O senador Humberto Costa (PT-PE), em entrevista à CNN, citou que a presidência pode ficar com o senador Eduardo Braga (MDB-AM). A relatoria, por sua vez, ficará na Câmara. Lira almoçou na quarta com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL), figura influente na oposição. Um grupo ligado ao presidente da Câmara estava defendendo o nome de André Fufuca (PP-MA), no entanto, ele é próximo do ministro Flávio Dino, que deve ser um dos alvos principais da oposição nessa CPI, que não quer ele no cargo. Com isso, o nome do relator ainda está indefinido.

GOLPE

Parlamentares governistas e suas equipes se reuniram nos últimos dias e convencionaram chamar a CPI mista que investigará os ataques golpistas às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de “CPMI do Golpe”. A medida faz parte da disputa de versões entre representantes de governo e bolsonaristas da comissão. O nome escolhido pela base do governo passa pela leitura de que os episódios golpistas de 8 de janeiro não se circunscrevem apenas àquele dia e que começaram muito antes. O governo, inicialmente, não quis dar seguimento à comissão, mas decidiu embarcar quando se tornou inevitável. A avaliação entre integrantes da esquerda no Congresso é de que é importante para a guerra política criar logo no princípio dos trabalhos um nome para o colegiado que dê tempo de grudar na mente da opinião pública. Já a oposição buscará a todo custo garantir que as discussões na CPI mista digam respeito à linha do tempo do próprio domingo dos episódios golpistas.

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