O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse (PT), em reunião com ministros ontem no Palácio do Planalto, que a próxima fase do governo será focada na execução de projetos já propostos, e que concepção de novos projetos está “proibida”. “Daqui para frente, a gente vai ser proibido de ter novas ideias, a gente vai ter que cumprir aquilo que a gente já teve capacidade de propor até agora”, afirmou. Lula afirmou que a reunião ministerial desta quinta é, provavelmente, a última antes de um encontro no fim do ano, e sinalizou que o governo inicia no segundo semestre uma nova fase. “Esta reunião tem como pressuposto o segundo passo do nosso governo. Até agora, nós estivemos tratando da organização dos ministérios. Nós estávamos tratando da briga de orçamento, e estávamos tentando recuperar parte de todas as políticas públicas que tinham sido desmontadas nesse governo [anterior]. Inclusive remontando algumas políticas que tinham sido desmontadas. Essa parte já está cumprida”, afirmou. “É muito importante que vocês digam claramente o que já foi feito. Se tiverem alguma dificuldade, digam da dificuldade. E em segundo lugar, dizer quais são os próximos passos”, continuou.
Lula disse que, entre os programas que serão retomados mas ainda não foram anunciados estão o Luz para Todos e Água para Todos, esforços para universalizar energia elétrica e saneamento básico.
Ele também reforçou que será lançado, no início de julho, o novo programa de desenvolvimento, ao qual se referiu como “PAC 3”, uma alusão ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vigorou nas gestões petistas anteriores. O plano deve conter investimentos em seis grandes áreas.
REUNIÃO MINISTERIAL
Todos os 37 ministros foram convidados para a reunião. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enviaram representantes. Luiz Marinho está em viagem no exterior e Marina Silva está internada em São Paulo com dores na coluna. Lula também voltou a cobrar que todas as ações dos ministérios passem antes pelo Palácio do Planalto. A mesma cobrança já tinha sido feita em março, quando Lula cobrou que iniciativas só fossem anunciadas após o aval da Casa Civil. “É importante que toda e qualquer posição, qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil”, disse na ocasião. Nesta quinta, Lula afirmou que não serão aceitas “política de ministro”. “As políticas todas são políticas de governo. Um ministro não pode começar a fazer uma proposta sem discutir com a Casa Civil e transformar numa política de governo. É assim que e tem que ser um governo sério”, disse.