A sessão parlamentar desta terça-feira (31), na Câmara Municipal de Maceió, foi marcada pelo retorno do vereador Kelmann Vieira (Podemos). Ele estava, até a semana passada, como secretário de Estado de Prevenção à Violência e anunciou que voltaria ao Parlamento logo após o primeiro suplente, Alan Balbino (PSD), que assumiu a vaga, ter comunicado ao plenário que estava deixando o bloco oposicionista.
A decisão de Balbino causou um rebuliço e movimentou o cenário político diante da proximidade das eleições municipais.
O vereador recebeu os cumprimentos dos colegas e avisou que retornaria com a missão de fortalecer a bancada de oposição ao prefeito JHC (PL), segundo ele, de maneira “dura e ativa”. À Gazeta, ele disse que pretende exercer o mandato de maneira responsável, usando a experiência que adquiriu no exercício do mandato e como presidente da Mesa Diretora da Casa por três vezes consecutivas. E adiantou que vai buscar a ampliação do grupo de oposição.
“Retorno para trabalhar com muita dedicação e responsabilidade. Vou ajudar no que for preciso. Claro que volto para compor a oposição ao governo municipal, porém, como disse, essa será uma oposição responsável”, destacou.
E completa: “Os projetos que sejam prioritários e bons para a população, iremos analisar cautelosamente, porém, não vamos permitir que o prefeito continue fazendo o que quer, a hora que quer, do jeito que quer. Vamos trabalhar para ampliar a bancada para que, sobretudo, tenhamos a possibilidade de fazer um debate igualitário, ao contrário do que vem acontecendo, onde tudo passa sem nenhuma discussão”.
Ainda no Podemos aguardando a janela partidária para se filiar ao MDB, Kelmann criticou os colegas que estão no partido presidido pelo senador Renan Calheiros, mas que decidiram marchar com o prefeito. Para ele, a atitude dos vereadores é inusitada, comparando o quadro a um ‘fisiologismo sem tamanho’.
“Isso vem sendo solucionado com muito cuidado e com muita clareza pelo presidente estadual do MDB, o senador Renan Calheiros, e pelo governador Paulo Dantas. Se o MDB é um partido de oposição, tem seu lado muito bem definido. Todos os seus vereadores devem estar na bancada de oposição. Isso é uma lógica dentro da política partidária’, avalia.
Ele disse que, em plenário, pretende cobrar explicações à Prefeitura de Maceió sobre a compra do Hospital do Coração e repercutir o afundamento dos bairros pela Braskem, alvo de uma CPI no Senado Federal.
“Precisamos também trazer às claras este acordo feito pela prefeitura, que deu um salvo conduto para fazer o que quiser e deixar a população ao relento”.