Três vereadores da atual legislatura não devem disputar a reeleição para a Casa de Mário Guimarães em 2024. A Gazeta apurou que Samyr Malta (PSD), Gaby Ronalsa (PV) e Francisco Sales (União Brasil) têm razões distintas para o abandono dos planos de continuarem no parlamento municipal.
Afastado do mandato por ter assumido a Secretaria Municipal do Trabalho, Sales já declarou que não será candidato e dedicará seu tempo à atividade empresarial no segmento de supermercado. Ele deve dividir o seu apoio entre seu suplente Fábio Rogério e um segundo nome que deve ser anunciado em breve.
Sales também não definiu detalhes se retornará à Casa antes do final do mandato para concluir a legislatura. Como não disputará a reeleição, pode retornar ao plenário após abril, quando a Justiça Eleitoral determina que quem vai para o pleito deixe a função pública.
Se por um lado a opção pelos negócios é uma das justificativas, a outra está relacionada à extinção de sua base política no bairro de Bebedouro. Foi por aquela comunidade que Sales desprendeu boa parte de sua energia, em especial quando a localidade ainda não estava incluída no plano de retirada dos moradores.
Politicamente, ele surgiu para a política no movimento estudantil, quando chegou a ser filiado ao PC do B. Foi pela legenda, com o apoio do ex-deputado federal Eduardo Bonfim, que chegou a enfrentar sua primeira experiência política. Com voz firme e olhar social, fez oposição ao prefeito Rui Palmeira.
Isso o credenciou após sua eleição com o seu apoio chegasse a ocupar a secretaria de governo. Entre as missões que lhe foram impostas estavam a de mediar a relação com a própria Câmara Municipal de Maceió. Não apenas isso, mas também o envolvimento com outras pautas lhe provocaram desgastes.
Superadas as divergências, foi mobilizado mais uma vez por JHC para compor sua gestão. Com atuação discreta, encerrará a vida pública sem deixar claro se em outro momento político voltará a pleitear outro cargo eletivo.
EXECUTIVO
Em seu segundo mandato, o vereador Samyr Malta (PSD) também deverá ficar fora da disputa para encarar um desafio maior. Disputará a eleição para a prefeitura da sua cidade natal, Mata Grande. Foi lá onde, por três mandatos, apoiado pelo prestígio do pai, César Malta, iniciou sua vida pública.
O sonho de devolver para sua antiga base sua experiência política e a da família falou mais alto, e e ele vai para o embate. Em seu lugar está indicando o nome do filho homônimo do pai, César Malta. O jovem já tem tido contato com as bases do pai na capital e constrói aos poucos seu caminho para manter a cadeira da família em Maceió.
Ponderado, Malta teve uma atuação discreta na atual legislatura, mas sempre com tom conciliador e não deu “dor de cabeça” ao prefeito JHC. Pelo contrário, com ideias sóbrias durante a pandemia, procurou ao máximo garantir o funcionamento da cidade, mesmo diante de todos os desafios impostos pela realidade de isolamento social.
Enfrentou problemas de saúde, se afastou e em seu lugar assumiu o suplente Raimundo Medeiros. O ex-sindicalista e líder comunitário ficou na função por 120 dias.
FAMÍLIA
Gaby Ronalsa tem um motivo muito nobre para desistir de seguir sua carreira. Grávida e com recomendações médicas para evitar estresse e situações que colocam em risco a gestação, ela teria optado pela família. Aliás, essa foi sempre sua principal bandeira quando encarou discussões contra o aborto e aprovou o projeto de valorização da vida de sua autoria.
A defesa do nascituro, pauta que incorpora ao lado irmão, o deputado Dudu Ronalsa (MDB), a deixou ainda mais envolvida com o tema. Sendo assim e para não colocar em riso seu maior sonho que é o de ser mãe, vai sobrestar a participação no debate político do próximo ano.
Em vez do mandato, vai eleger o nascimento do filho como sua principal proposta de vida. Com sua provável desistência, assume a caminhada para manter sua vaga Milton Ronalsa, que atualmente é assessor parlamentar do deputado Dudu.
Nos carros da família e amigos já é possível ver os adesivos destacando a escolha. Ele vai encarar a disputa depois que um primo do pai de Dudu, o ex-vereador Carlos Ronalsa, de Coruripe, decidiu deixar de lado os negócios da família e o paraíso no litoral sul para entrar na “guerra” por uma cadeira em Maceió.