Campanha presidencial deve passar dos R$ 200 milh�es
A campanha para a Presidência do Brasil, nas eleições deste ano, deverá passar dos R$ 200 milhões, na opinião do publicitário Rui Rodrigues, que fez as duas campanhas de Fernando Henrique Cardoso ao governo do País e coordenou, em 1992, a reeleição do p
Por | Edição do dia 05/05/2002 - Matéria atualizada em 05/05/2002 às 00h00
A campanha para a Presidência do Brasil, nas eleições deste ano, deverá passar dos R$ 200 milhões, na opinião do publicitário Rui Rodrigues, que fez as duas campanhas de Fernando Henrique Cardoso ao governo do País e coordenou, em 1992, a reeleição do presidente de Angola. Segundo ele, que esteve ontem em Maceió, não é possível estimar o custo de um marketing numa disputa desse porte, mas acredita que a campanha será bem mais cara nesta eleição do que nas anteriores e aposta que haverá, também, mais qualidade e profissionalismo das equipes dos candidatos. O publicitário defende o aprimoramento da técnica de marketing na política e nos processos eleitorais. Ajuda a democracia e amplia o debate sobre comunicação político-eleitoral, acrescenta. No evento, Rui falou sobre planejamento de campanhas. Sem esse planejamento não há vitória, garante. Numa campanha há o ator e o alvo. O ator é o candidato e o alvo é o eleitor, ensina. Rui garante que não há uma receita definida de marketing e muito menos o melhor e o pior candidato. Tudo é uma questão de agenda de campanha, justifica. Ele próprio, que em 1998 trabalhou na reeleição de FHC, conta que a campanha foi difícil do ponto de vista formal. O Brasil estava vivendo, pela primeira vez, um processo de reeleição, esclarece. Mas conseguimos separar o candidato do presidente, havia duas agendas distintas, afirma. Para não criar uma pauta negativa contra o candidato, Rui diz que para gravar Fernando Henrique no Alvorada, a equipe levava água, café e até gerador. Havia o receio de que a oposição conseguisse uma conta de luz alta e criasse um enredo de que era em função das gravações do candidato, revela. Alguns profissionais do setor estudaram o advento da reeleição nos Estados Unidos. A qualidade e a melhor técnica eram o nosso alvo enquanto profissionais da área, diz o publicitário. Mudança Por enquanto, Rui não visualiza ainda o comportamento da campanha presidencial, mas entende que a luta vai mostrar quem tem mais qualificação para fazer mais pelo País. A oposição já reconhece o que tem sido feito, reforça. Sobre a mudança no marketing do PT e do candidato Lula, Rui Rodrigues acha que o complicado está em fazer a população assimilar que as modificações são verdadeiras e não apenas um jogo eleitoral. Ele também não vê a pré-campanha como um sinalizador de vitória eleitoral, mas, para ele, é um momento importante para definir alianças e consolidar programas, além de compor equipes. Segundo Rui, numa equipe, a confiança é fator predominante entre o candidato e o coordenador da campanha. Qualquer vazamento pode ser fatal numa campanha, alerta. Rui é consultor em projetos de comunicação institucional, foi diretor da DM9 Institucional e comandou várias campanhas, inclusive a pré-candidatura de Roseana Sarney à presidência da República na televisão.