Lira explica seu voto contra fim do extra
| PETRÔNIO VIANA Repórter O deputado federal Benedito de Lira (PP), coordenador da bancada alagoana na Câmara, explicou ontem que votou contra o requerimento de urgência, e não contra o projeto que acabou com o pagamento de salários extras aos parlame
Por | Edição do dia 19/01/2006 - Matéria atualizada em 19/01/2006 às 00h00
| PETRÔNIO VIANA Repórter O deputado federal Benedito de Lira (PP), coordenador da bancada alagoana na Câmara, explicou ontem que votou contra o requerimento de urgência, e não contra o projeto que acabou com o pagamento de salários extras aos parlamentares durante as convocações extraordinárias do Congresso Nacional. A votação aconteceu na tarde da última terça-feira, e o parlamentar alagoano foi um dos nove que votaram contra. O projeto foi aprovado por 459 votos a favor. Em sua defesa, Lira argumentou: A votação foi simbólica, com os votos das lideranças partidárias. Eu votei contra o requerimento de urgência porque há matérias importantes que os deputados não querem votar. Entre as matérias que, na opinião de Lira, os deputados estão evitando analisar, está o projeto de reforma tributária, que inclui o aumento de 1% nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), em trâmite há mais de dois anos. Segundo Benedito de Lira, caso o requerimento de urgência para o projeto sobre os salários extras fosse negado, a matéria poderia ser apreciada na tarde de ontem ou hoje. O deputado criticou a postura do presidente da Câmara Federal, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) na questão do corte do ponto dos parlamentares que faltarem às sessões durante a convocação. Isso está uma maluquice, com demonstrações de fraqueza do presidente Aldo nas últimas horas. Ele foi instado por um oficial de Justiça, quando o regimento já prevê o corte e ele já tinha dito que ia cumprir. Aldo não teve a postura do senador Renan [Calheiros, PMDB, presidente do Congresso Nacional]. A Câmara está mesmo desmoralizada, atacou Lira. Na avaliação do deputado, a votação urgente do fim dos salários extras não foi provocada pela pressão social, mas pelo comportamento de determinados órgãos de imprensa. A sociedade não esperava nada de urgência. Alguns órgãos da imprensa querem justificar o que ganham do governo, acusou. Em toda a História, sempre houve pagamento nas convocações e a imprensa nunca se manifestou. Se houve erro, foi da Mesa da Câmara e do presidente, por ter sido feita a convocação mista, argumentou Lira. RECESSO Contrariando o acordo das lideranças partidárias, fechado na manhã de ontem, sobre a redução do recesso parlamentar para 55 dias, o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB) apresentou um requerimento de destaque simples propondo uma redução ainda maior do recesso, para 30 dias, entre 15 de dezembro e 15 de janeiro. Carimbão argumentou que esse período estabeleceria igualdade de tratamento entre as férias dos parlamentares e os trabalhadores brasileiros. Em poucos minutos, segundo o deputado, cerca de 20 parlamentares assinaram a proposta. O [Benedito de] Lira não manda em mim. Eu tenho princípios, afirmou. Carimbão disse ainda ter recebido pedidos das lideranças para retirar o requerimento, mas que não aceitou.