| Davi Soares Repórter O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), denunciou ontem que ele e sua equipe estariam sendo vítimas de grampos telefônicos, e acusou autoridades da segurança pública de perseguição. Almeida também pediu a saída do secretário estadual de Defesa Social, general Edson Sá Rocha, e disse que enviaria, ainda ontem, um ofício ao Ministério da Justiça, pedindo ajuda federal para Alagoas. O prefeito pediu “cautela” a seus secretários, que, ao contrário dele, não têm certeza de que seus telefones estão grampeados. ### Secretários divergem sobre escutas Apesar de Almeida dizer que sua equipe teve telefones grampeados, alguns secretários demonstraram dúvidas em relação ao monitoramento de suas conversas. O prefeito não disse como conseguiu a comprovação das escutas, mas deu uma explicação curiosa para indicar a origem da descoberta. “Essa vida de malandro, não de malandro, mas trabalhando como malandro, nos leva a também identificar como e quem está grampeado. Partindo da Prefeitura de Maceió, nós já sabemos quem está grampeado ou não. O sistema de grampo tá pior do que a última operação da Polícia Federal [Carranca]. Detectar a vida alheia está sendo a coisa mais fácil do mundo de se fazer em Maceió”, revelou Almeida. ### Polícias estranham denúncia de grampo Almeida não revelou o nome de quem estaria lhe grampeando, mas desafiou o que ele chamou de “autoridades”. “Será que esses caras têm coragem de grampear os bandidos? Será que algum delegado, ou melhor, vou usar o termo autoridade... Alguma autoridade dessa tem coragem de peitar os pesados do Estado de Alagoas? Não têm. Autoridade maior há quem defenda e quem resolva. Todo mundo sabe quem está ‘metendo bronca’ em Maceió. Mas partir para a ‘rafamezada’... É um ato covarde, medíocre de quem não tem competência. Não tenho rabo preso com ninguém”, disparou Almeida. ///