PF quer ouvir Bolsonaro no 2º semestre sobre suposto plano de golpe
Expectativa é que ex-presidente preste depoimento em julho, no âmbito da Operação Tempus Veritas
Por Metrópoles | Edição do dia 14/02/2024 - Matéria atualizada em 14/02/2024 às 04h00
A Polícia Federal (PF) pretende ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em investigação sobre organização criminosa que atuou em suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, a fim de obter vantagem de natureza política.
A expectativa é que Bolsonaro preste depoimento antes da conclusão das apurações no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
A conclusão da ação está prevista para novembro, o que deve fazer a corporação convocar Bolsonaro em meados de julho — mês que coincide com o início da campanha para as eleições municipais de 2024.
Durante a Tempus Veritatis, a polícia apreendeu o passaporte de Bolsonaro, o que o impede de fazer viagens ao exterior, e vetou o contato do ex-presidente com os outros investigados, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O dirigente partidário chegou a ser preso após a polícia encontrar, em seu flat no Brasil 21, uma arma com registro vencido e uma pepita de ouro com valor médio orçado em R$ 11 mil.
Ao todo, a polícia cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentar do País, com entrega dos passaportes, e suspensão do exercício de funções públicas.
Além de Valdemar, único com liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, foram e permanecem presos: Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL; Bernardo Romão Corrêa, coronel do Exército; e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
No âmbito das investigações, um vídeo de reunião realizada entre o ex-presidente e os seus ministros, em julho de 2022, teve o sigilo derrubado pelo relator da ação no STF. Na gravação, Jair Bolsonaro, ministros e assessores conversam sobre como agir antes das eleições. Na ocasião, as autoridades presentes questionam a credibilidade das urnas eletrônicas e acusam ministros do Supremo, sem provas.
NOTA DO EXÉRCITO
O Exército informou que as providências contra alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em 8 de fevereiro, serão tomadas “em conformidade com as decisões jurídicas”.
A nota foi emitida sobre a operação, que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por suposta tentativa de golpe de Estado.
Na ação, 16 militares foram alvos.