Articulações
Partidos se articulam para manter força política na Câmara Municipal
Até agora, PL e MDB fizeram as maiores movimentações para fortalecer as bancadas

A menos de duas semanas para o fim da janela partidária, que permite a troca de partido sem o risco de perda do mandato, a articulação feita nos bastidores deve ser intensificada para garantir o domínio político na Câmara Municipal de Maceió.
O PL e o MDB fizeram as maiores movimentações até agora, formando as maiores bancadas e, consequentemente, as mais competitivas nas eleições deste ano.
O PL promoveu um ato, nesta semana, para apresentar os novos filiados do partido em Maceió. O evento aconteceu no Ritz Hotel Lagoa da Anta, em Cruz das Almas. Com os integrantes mais recentes, a sigla passa a ter a maior representatividade na Casa de Mário Guimarães.
Na lista de filiações, constam oito vereadores com mandato, inclusive integrantes da Mesa Diretora da Câmara.
Assinaram a ficha os vereadores Eduardo Canuto (ex-PV), Marcelo Palmeira (ex-Podemos), Cal Moreira (ex-PV), Fábio Rogério (ex-PSB), Rodolfo Barros (ex-PSB) e Luciano Marinho (ex-MDB). O ato foi comandado pelo prefeito da capital, JHC, presidente do diretório estadual.
Ao todo, segundo a equipe de cerimonial, o PL Maceió agregou mais de 20 novos integrantes no ato. Entre eles, constam ainda o ex-deputado estadual Dudu Hollanda (ex-PSD) e os ex-vereadores por Maceió Ib Brêda e Alan Balbino.
“Precisamos estar unidos em toda essa estratégia e, hoje, a gente participa aqui de um dia histórico, porque tem a oportunidade, sem dúvida alguma, de ser a maior bancada dentro da Câmara, já em 2024 para 2025. Mas devemos ter humildade, pés no chão, trabalhar e correr atrás dos nossos objetivos”, destacou JHC.
Já Marcelo Palmeira afirmou que a filiação representa uma oportunidade de os cidadãos de Maceió contribuírem ativamente para a gestão. “Também é um compromisso da Câmara Municipal em promover uma administração mais sólida e alinhada com as necessidades da população”, ressaltou Palmeira.
O líder do governo na Casa de Mário Guimarães, vereador Chico Filho, já tinha se filiado ao PL na semana passada. Siderlane Mendonça e Leonardo Dias também anunciaram que se mantêm na legenda bolsonarista.
LANÇAMENTO
Já o MDB perdeu os vereadores Galba Netto, Chico Filho e Luciano Marinho, até o momento, mas ganhou Kelmann Vieira (ex-Podemos) e Joãozinho (ex-PSD). Ainda mantém nos quadros as vereadoras Olivia Tenório e Silvania Barbosa.
Nesta segunda-feira (25), o partido comandado pelo senador Renan Calheiros programa um evento para lançar o deputado federal Rafael Brito à Prefeitura de Maceió e apresentar os pré-candidatos a vereador. Os nomes, ‘de peso’, devem surpreender.
Galba ainda não informou qual o destino. A decisão dele vai sinalizar qual o rumo tomará no pleito de outubro (se consolida o seu nome como candidato a vice de JHC ou se parte para a disputa à reeleição. Nos bastidores, comenta-se que Galba pode se filiar ao PL, ao PP (de Arthur Lira) ou se filiar ao recém-criado PRD.
O Partido da Reconstrução Democrática é o resultado da fusão do PTB e do Patriota, já homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com ideologia de centro-direita. A legenda promete surpresas na capital e tem uma meta arrojada: eleger pelo menos três vereadores.
O PRD é da base de sustentação do prefeito JHC e está em conversa com os vereadores indecisos e com lideranças políticas com grande potencial de voto. No interior, já montou 15 diretórios em cidades-polo, segundo o presidente do diretório estadual, Anderson Xavier.
CHAPÃO
Para o analista político Marcelo Bastos, ao fim da janela partidária, em 5 de abril, o partido com maior composição deve ser mesmo o PL. A sigla vai montar um chapão para as eleições proporcionais com a meta de eleger entre 12 e 14 vereadores. A segunda maior bancada tende a ser do MDB.
“Os demais partidos, evidentemente, vão fazer de um a dois, alguns até três vereadores. A Federação Partidária, que é a junção do PT, PV e PC do B, teve a notícia que a Teca Nelma, que era do PSD, filiou-se ao PT, e será uma forte candidata. Na última eleição, ela obteve mais de quatro mil votos. Com a chegada dela, certamente alguém da federação vai sobrar. Era por isso que havia tanta resistência da filiação dela ao PT”, destacou.
Ele diz acreditar que o quociente eleitoral (quantidade de votos totais para que o partido eleja um vereador) para 2024 seja de 14 mil votos. E, para o analista, nem todas as chapas terão condições de alcançar esse patamar.
“Uma novidade é que, no PSD, Rui Palmeira, que já foi prefeito por duas vezes, deputado estadual e federal, deve ser candidato a vereador. É uma sacada interessante do Rui, porque eu acredito que ele tem amplas oportunidades de se eleger e, pela votação, acredito que ele até puxe mais um do grupo que está formando”, avalia.