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Nº 5738
Política

Lira pode adiar votação de projeto do aborto; evangélicos ensaiam recuo

Objetivo é baixar a temperatura e deixar votação do mérito para depois das eleições municipais deste ano

Por Da Redação | Edição do dia 18/06/2024 - Matéria atualizada em 18/06/2024 às 04h00

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve atuar para “baixar a temperatura” da discussão do projeto de lei do aborto e pode adiar a sua votação. O assunto será discutido nesta terça-feira (18) em reunião do colégio de líderes.

Segundo fontes próximas a Lira, enquanto busca uma “relatora moderada” para o PL, a ideia é tirar o foco da discussão que, nas palavras de um interlocutor, “não interessa a ninguém” e acabou deixando o presidente da Câmara muito exposto durante a votação da urgência do tema na semana passada.

O objetivo agora é deixar a votação do mérito do PL para depois das eleições municipais - mesma expectativa do governo federal.

A bancada evangélica também já ensaia um recuo. O autor do projeto, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse à coluna que está disposto a retirar o projeto do Congresso se o PSOL recuar em uma ação direta de inconstitucionalidade que move no Supremo Tribunal Federal contra a proibição da assistolia fetal.

Atendendo ao PSOL, o ministro Alexandre de Moraes concedeu uma liminar derrubando resolução do Conselho Federal de Medicina que proibia a prática, que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde em gestações avançadas. A assistolia fetal consiste em inserir medicamentos para parar os batimentos cardíacos do feto e permitir o aborto vaginal ao invés de um parto cesárea.

O projeto de lei do aborto tem dois temas principais: equiparar o aborto ao homicídio após 22 semanas e proibir a assistolia fetal. Embora não admitam publicamente, as lideranças evangélicas agora querem reduzir o escopo e conseguir manter apenas a proibição da assistolia fetal, derrubando assim os efeitos da liminar de Moraes.

O assunto chegou ao plenário do STF, mas o ministro Kassio Nunes Marques pediu vistas. Agora cabe ao presidente da corte, o ministro Luís Roberto Barroso, pautar novamente o tema. Ele ainda não decidiu se vai fazer isso ainda neste semestre ou após o recesso.

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