Caso se confirme a ingerência externa nas instâncias do PT, em nível nacional, que pode tirar o advogado e ex-vereador Ricardo Barbosa da disputa para a prefeitura de Maceió, vai haver reação do partido. Pré-candidato e presidente do diretório estadual, Barbosa garantiu que a sigla não indicará o vice para compor com o deputado federal Rafael Brito (MDB).

“Não somos um ‘puxadinho’. O PT é um partido grande e de luta. E é o que estamos fazendo até agora. Lutando e respeitando todas as instâncias do partido. Vamos acatar o que vier, mas é bom deixar claro que a decisão de termos candidatura própria nasceu há um ano”, ressaltou Barbosa. “Então, não consideramos justo que, agora, retiremos nossa candidatura para uma anexação que tem como objetivo a apropriação do tempo do partido e de garantir a presença de Lula na campanha”.

Nessas condições, Barbosa afirmou que não há um “plano B” que inclua a legenda indicar o vice de Rafael. Ele conta que o poder do diretório está em homologar ou não o resultado da convenção, mas não o de obrigar que façam parte da chapa majoritária.

“Isso é uma decisão do Diretório Municipal. E nós avaliamos que ‘se’ tivermos que abrir mão, iremos trabalhar apenas a nossa chapa proporcional. Apoiaremos Rafael Brito, mas já decidimos que não iremos indicar o vice. Ser parceiro não quer dizer ser submisso”.

Durante conversa com os jornalistas Marcos Rodrigues e Wyderlan Araújo, no GazetaNews Entrevista, ele disse que seu nome nunca foi uma imposição e que o PT só decidiu pela candidatura própria em julho do ano passado. A época, o nome era o do deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT). Somente após a desistência de Medeiros, em janeiro, foi que seu nome surgiu para encabeçar a disputa.

“Pela primeira vez conseguimos unanimidade no PT, o que é algo raro. Todas as tendências internas apoiaram o nosso nome. O mesmo ocorreu com os partidos integrantes da Federação, que tem o PV e o PCdoB ”, completou Barbosa.

O pré-candidato do PT explica, que, em conversa com o próprio Governador Paulo Dantas, ficou muito clara a posição do partido que nunca quis romper com o governo.

MOBILIZAÇÃO

Mesmo com a insegurança se o que defendeu durante a conversa caia por terra na reunião do PT, na segunda-feira, ele garantiu que, neste final de semana, primeiro dia oficial para as convenções dos partidos e da Federação, sua candidatura está mantida.

“Nosso nome foi enviado para o Diretório Nacional com atas assinadas pelos partidos que integram a Federação indicando o nosso nome. O que houve foi que o deputado federal Isnaldo Bulhões pediu à presidente Gleise Hoffman para rever essa decisão porque os marqueteiros do candidato Rafael Brito indicaram a necessidade de contar com nosso tempo de televisão”, detalhou Barbosa.

Foi a partir dessa situação que Gleise reencaminhou a questão da candidatura própria para o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT.

“O que posso dizer é que sou o pré-candidato até decisão em contrário. Até lá seguiremos lutando com todas as nossas forças, pois, afinal, o que está em jogo aqui é o sonho e o desejo de dezenas de companheiros e companheiras que estão construindo essa candidatura, juntos, porque acreditamos na força do PT”, manteve Ricardo.