JHC vai encontrar Lula por apoio à tia para STJ e possíveis acordos
Cenário política alagoano muda radicalmente se aliança for construída para o próximo pleito
Por Da Redação | Edição do dia 18/11/2024 - Matéria atualizada em 18/11/2024 às 22h46
Desde que se reelegeu prefeito de Maceió, com uma margem alta de votos que o credencia a alçar voos mais altos, JHC (PL) tem viajado com mais frequência a Brasília, onde busca com afinco o apoio para que a tia, a procuradora de Justiça Marluce Caldas, seja a escolhida de Lula para a vaga de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também pavimenta caminho com o Presidente para um acordo visando às eleições de 2026.
O jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, publicou uma nota, no fim de semana, informando que o Presidente da República abriu uma vaga na agenda de compromissos para receber JHC em seu gabinete, no Palácio do Planalto. A conversa teria como pauta esses dois itens – considerados de extrema relevância pelo prefeito.
A proposta é construir uma ampla aliança em Alagoas que uniriam, no mesmo palanque, velhos caciques – Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP) –, os quais, até o começo deste ano, trocavam farpas nos discursos e nas redes sociais. Renan pai quer se manter no Senado e Lira quer trocar de casa legislativa e retomar a vaga que já foi ocupada pelo pai, o agora prefeito da Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP).
O acordo também viabiliza, em tese, a candidatura de JHC ao governo de Alagoas. Para isso, o prefeito teria de se afastar do cargo em 2026 para estar apto à disputa majoritária. O vice dele, Rodrigo Cunha (Podemos), ganharia a prefeitura, como já está no plano. A ‘chapa dos sonhos’ acomodaria gregos e troianos, mesmo com o MDB desejando ser protagonista.
Atualmente, JHC está no PL, e a tendência é que, por conveniência, opte, mais à frente, por um partido de centro, pisando no território dos extremistas (esquerdistas e direitistas). Também faria parte do entendimento com o Presidente Lula. O PSD passa a ser uma opção.
O movimento do prefeito para essa cobiçada aliança não é inédito. Em 2020, ele atuava em campo oposto a Lira, mas se uniu para o pleito deste ano, atraindo para seu grupo antigos adversários, como o deputado federal Alfredo Gaspar (União) e Davi Davino Filho (PP), que disputaram a prefeitura contra JHC.
Simultaneamente ao encontro com Lula, Alfredo Gaspar deve ser confirmado nas próximas semanas como presidente estadual do União Brasil. As lideranças ouvidas pela Gazeta garantem que, para 2026, o União terá candidatos na disputa ao governo e ao Senado Federal.
Davi Davino Filho também expande sua reconstrução política visando ao cenário político. Espera-se que ele deixe o Progressistas de Arthur Lira e seja anunciado como novo filiado ao PSDB, em um processo de reconstrução e consolidação do cenário à direita.
DECISÃO AFETA A DIREITA ALAGOANA
Ao ser questionado sobre essa possível união, o vereador Leonardo Dias (PL) afirmou não saber se a reunião de fato existiria, mas garantiu que não fará parte desse possível palanque. Com JHC ligado a Lula, quem seria o representante maior na disputa pela direita alagoana?
“A minha posição é de que eu jamais subirei no palanque do Renan Calheiros”, disse. Aliado de JHC, o deputado federal Alfredo Gaspar comentou a possibilidade e foi curto em sua resposta diante da informação. “Minha trajetória será de independência”, reagiu ele.
Questionados, Arthur Lira, Renan Calheiros e JHC não responderam até o fechamento desta edição.
OS IMPACTOS IMEDIATOS
O possível encontro entre o prefeito de Maceió JHC (PL) e o presidente Lula (PT) também pode ter influência na eleição da próxima mesa diretora da Câmara Municipal. A candidatura de Marcelo Palmeira, que também é do PL, contaria com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP).
Por sua vez, JHC defende que Galba Novaes (PL) siga no comando da Casa Legislativa. A costura para chegar a um cenário para 26 também passa por solucionar esse impasse na escolha da Presidência do próximo biênio, visto que os próprios aliados reconhecem que o prefeito de Maceió precisa ceder espaço para consolidar os grupos internos.