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Nº 5868
Política

Putin ameaça atacar alvos centrais e inéditos de Kiev

Ofensiva seria resposta ao uso de armas dos Estados Unidos pelas forças da Ucrânia

Por Agência Estado | Edição do dia 28/11/2024 - Matéria atualizada em 28/11/2024 às 23h25

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na quinta-feira, 28, que o novo míssil desenvolvido pelo país, o Oreshnik, tem capacidade de atingir alvos em Kiev que ainda não foram atingidos em três anos de guerra. “Esses alvos podem incluir instalações militares, empresas da indústria de defesa ou centros de tomada de decisão em Kiev”, afirmou.

Testado no dia 21, o Oreshnik é um novo míssil hipersônico de médio alcance da Rússia, com capacidade de viajar em até dez vezes a velocidade do som e de carregar mais de uma ogiva. Ele foi testado no campo de guerra pela primeira vez em um ataque à fábrica de armas na cidade de Dnipro, no centro do país.

O Kremlin disse ter utilizado o míssil em resposta ao uso de armas fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia em ataques contra o território russo. Ontem, Putin afirmou que não descartaria utilizá-lo novamente em novas retaliações se a Ucrânia realizar novas ofensivas dentro da Rússia.

“Os ataques feitos por nós foram em resposta aos ataques em andamento em território russo com mísseis ATACMS dos EUA. Como eu disse repetidamente, nós sempre responderemos”, disse Putin, que estava em Astana, no Cazaquistão, para participar da cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO).

Segundo o russo, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior do Exército Russo estão selecionando os alvos desses ataques. Ele disse que é necessário ter a cautela para não “atingir um pardal com tiros de canhões”.

“No final das contas, caberá a nós escolher os meios de destruição (para serem utilizados), considerando a natureza dos alvos selecionados e as ameaças representadas à Federação Russa”, acrescentou Putin.

INFRAESTRUTURA ENERGÉTICA

Apesar do Oreshnik estar na fase de testes, a Rússia intensificou os ataques aéreos na Ucrânia com armas utilizadas em outras fases da guerra. Ontem, o Kremlin alegou ter atingido 17 alvos num ataque com 100 drones e 90 mísseis.

A força aérea ucraniana alegou ter abatido 76 mísseis de cruzeiro e 3 outros tipos de mísseis, assim como 32 drones. O rastro de outros 62 drones russos foram perdidos, provavelmente por guerra eletrônica.

Tratou-se do 11.º ataque maciço da Rússia este ano contra a infraestrutura de energia ucraniana. Cerca de metade da infraestrutura energética da Ucrânia foi destruída em quase três anos de guerra, e apagões são comuns. Os aliados ocidentais de Kiev têm procurado ajudar a Ucrânia a proteger a geração de energia com sistemas de defesa aérea e fundos para reconstrução.

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