Independentemente do espectro ideológico, parlamentares alagoanos estão na expectativa de que o segundo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos vai inaugurar uma nova era política e econômica no mundo. Isso se deve pelos posicionamentos firmes e, sobretudo, pelas mudanças já anunciadas pelo novo presidente americano.

Conservador de carteirinha, o deputado federal Delegado Fabio Costa (PP) diz esperar que a troca do comando da nação mais poderosa do planeta seja positiva para a população mundial e traga avanços importantes na economia e na segurança internacional, levando em consideração que as medidas tomadas pelos EUA impactam diretamente o Brasil.

“É fundamental que nosso país esteja alinhado com políticas que promovam crescimento, geração de empregos e mais oportunidades para os brasileiros. Precisamos de um ambiente interno favorável para investimentos e de ações que garantam estabilidade e progresso. Acredito que uma gestão pautada em liberdade econômica e fortalecimento das relações comerciais, como a de Trump, pode abrir caminhos importantes para o Brasil, sempre com responsabilidade e respeito aos nossos valores”, destacou.

FREIO NO COMUNISMO

O desejo do deputado estadual Cabo Bebeto (PL) é de que Trump lidere um movimento no mundo para frear o comunismo. Para ele, o estilo político defendido pelo presidente americano seria o ideal para ser adotado (ou retornasse) no Brasil, ressaltando que os ideais de direita estiveram no centro das discussões do País na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Espero que a gente volte a ter esperança, que o comunismo seja freado, que se adotem boas práticas, que o Estado volte a servir o povo e seja menor e que Deus esteja em primeiro lugar. O mundo estava tomando um rumo estranho e, com a volta de Trump, torço para que o planeta volte a ter mais pulso e controle. Que a política responsável e de compromisso com o povo, com a coisa certa e com as contas públicas volte a prevalecer. Que Trump volte a influenciar outros países, que faça uma boa gestão de modo que as pessoas voltem a compreender qual a melhor política”, defendeu.

LIBERDADES INDIVIDUAIS

Seguindo a mesma linha, Leonardo Dias, vereador por Maceió pelo PL, avalia que Trump pode desencadear uma nova época na defesa intransigente das liberdades individuais. “O mundo estaria atravessando uma fase em que, em nome de uma pseudodemocracia, uma casta politica/judiciária tenta calar, censurar e prender as pessoas que ousam divergir política e ideologicamente”, frisou.

E completa que o presidente dos Estados Unidos pode ser “esse farol para que o mundo reverta esse movimento totalitário e limite os poderes desses ditadores travestidos de democratas”.

EXTREMA-DIREITA

Por outro lado, o deputado estadual Ronaldo Medeiros faz críticas à política adotada pelo novo presidente americano. Na opinião do parlamentar, Trump representa “o que há de pior na política, que é a extrema-direita’.

“É um pessoal que prega fake news, que não respeita a individualidade, que prega armas, violência, mentira, então é uma época muito ruim. E, agora, que o Trump promete essa guerra comercial, pode virar uma guerra da fome, com direito a boicote a pequenos países, taxação de produtos e de tecnologia. E tudo isso não é em nome do bem comum. O que a gente está vendo hoje no mundo e que o Trump representa muito bem é um grande atraso, com tentativa de se atingir a China e falta de defesa da democracia”, comentou.

Medeiros compara a gestão Trump à de Bolsonaro. “[Trump] é alguém que não respeita a democracia nem respeitou quando ele perdeu lá. Bolsonaro aqui, que é a sucursal, a filial do Trump, também não respeitou. Vivenciamos uma época de maior violência que se pode cometer, que é contra o ser humano e contra a humanidade. É o que o presidente americano representa”.

TENSÃO

Para a vereadora Teca Nelma (PT), caso Trump coloque em prática suas intenções, suas políticas poderão resultar no aumento da tensão no mundo. “Não quero nem imaginar que Trump vá cumprir suas ameaças de anexar aos Estados Unidos, o Canadá, um país democrático, onde morei como estudante. Da mesma forma, creio que o mundo rejeitará suas propostas expansionistas, como no caso da Groenlândia”, afirmou.

Teca classifica a política de Trump sobre imigração como “insensível”, porque destrói famílias, separa mães de filhos e ameaça deportar dos Estados Unidos milhões de seres humanos, principalmente latino-americanos. “Ninguém pode concordar com essa violência”, diz ela.

“Também discordo das ameaças à economia de outros países, e sua menção explicita ao Brasil, de impor aumentos de tarifas, já elevadas, sempre em favor das grandes empresas multinacionais”.

Para Teca, o Brasil, governado por Lula, não pretende acirrar divergências com os Estados Unidos, mas ficará calado diante da iminência de retrocessos da civilização.

Mais sobre posse de Trump nas páginas A7 e A8