Sob homenagens
Corpo do jornalista e colunista Zé Elias é sepultado em Maceió
Familiares, amigos e autoridades estiveram no Parque das Flores para se despedir do comunicador

Com a presença de amigos, familiares e autoridades políticas, o corpo do jornalista alagoano Zé Elias foi sepultado no início da tarde de ontem, no Parque das Flores, em Maceió. Ele faleceu na quarta-feira (5), aos 74 anos, e lutava contra complicações decorrentes do diabetes.
Zé Elias iniciou sua carreira na Gazeta de Alagoas, tanto no rádio quanto no jornal, e já foi diretor de Comunicação da Organização Arnon de Mello e comentarista de política da TV Gazeta.
Também trabalhou como secretário de Comunicação nos governos dos prefeitos Fernando Collor, José Bandeira e Djalma Falcão, além de secretário estadual de Comunicação no governo Moacir Andrade, deixando seu legado marcante no jornalismo.
FIGURA ICÔNICA
Presente ao sepultamento, o diretor-executivo da Organização Arnon de Mello (OAM), Luís Amorim, lamentou a perda do colunista e destacou a sua autenticidade.
“Zé elias foi aquela figura icônica no jornalismo político que trouxe um conteúdo noticioso diário do que é a política alagoana, mas com humor. Ele conquistava a todos pela sua autenticidade ao escrever. Ele vai deixar marca na Gazeta de Alagoas, onde, seguramente, deixará uma lacuna bastante preenchida porque não se pode imaginar um profissional com o quilate e a capacidade dele”, afirmou Amorim. “Esperamos que a sua família tenha o conforto para que superem esse momento de dor”.
Já o ex-senador Euclydes Mello descreveu o jornalista como “uma pessoa incrível”. “Caráter, dignidade, seriedade, correção. Zé era uma pessoa muito correta. Aqui em Alagoas eu não conheço uma pessoa que seja inimiga de Zé Elias. Só deixou amigos e eu me incluo entre esses amigos dele. Inclusive, era uma pessoa maravilhosa. Gostava de tomar uma Pitu com charque. Era uma figura extraordinária. Como jornalista, dispensa comentários, fez história. Ele iniciou na Gazeta, na época do senador Arnon de Mello, e foi até o fim da vida”.
A filha de Zé Elias, Flora Guimarães, que também é jornalista, lembrou a paixão do pai pelo jornalismo e seu percurso na imprensa.
Ela destacou que Elias foi descoberto pelo jornalista Afrânio Roberto, que lhe deu a primeira oportunidade na área. Na Organização Arnon de Mello, iniciou como repórter de rádio e jornal em 1965, sob o comando de Jurandir Tobias, Ailton Vila Nova, Reinaldo Cavalcante e Valmir Calheiros.
Depois, graças a Márcio Canuto, ele foi indicado para secretário municipal do então prefeito Fernando Collor, com quem, segundo Flora, seu pai teve uma história de vida, sempre com muita gratidão pelo apoio e consideração até os últimos dias de vida.
EQUILÍBRO
O Procurador-Geral de Justiça, Lean Araújo, destacou o legado deixado por Zé Luis no jornalismo alagoano, ressaltando sua postura equilibrada, sensata e a grande rede de amigos que construiu ao longo da carreira.
“Zé Elias deixou um legado para todos que desejam seguir na profissão. Ele sempre foi um homem ponderado, respeitoso e fez muitas amizades. Seu apoio não se restringiu apenas à família, mas também à comunidade jornalística de Alagoas, e isso deve ser reconhecido por todos nós. É uma grande perda para o jornalismo do estado. Ao abrir a Gazeta, indiscutivelmente, começávamos pela coluna de Zé Elias, que trazia informações precisas e, acima de tudo, respeito pelo leitor. Isso eu admiro.”
Também no sepultamento, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), Alexandre Lino, ressaltou a perda significativa para o jornalismo alagoano e brasileiro com a morte de Zé Elias, destacando sua longevidade na profissão e sua influência na imprensa política.
“Perde Alagoas, perde o jornalismo brasileiro. Nas páginas da Gazeta, mantinha um texto impecável e diferenciado, conseguindo ser irreverente e político ao mesmo tempo. Ele sabia chamar atenção e trazer análises precisas”, afirmou Lino.
“Ao longo de mais de 50 anos de profissão, Zé Elias não foi apenas jornalista, mas também serviu ao povo de Alagoas como gestor público. Atuou como secretário de Comunicação de Maceió em mais de uma gestão e também ocupou o cargo de secretário estadual de Comunicação, demonstrando domínio, segurança e um compromisso genuíno com a comunicação pública de qualidade para os alagoanos”.