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"Fora da bolha"

Motta diz que Lula deve evitar estratégia de Bolsonaro

Para o novo Presidente da Câmara, governo precisa focar em resultados concretos

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O novo Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) fez criticas à abordagem do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que o chefe do Executivo não deve repetir a estratégia de Bolsonaro e falar apenas para uma “bolha”. Para Motta, o governo precisa focar em resultados concretos.

“Não podemos, em um país complexo como o Brasil, ficar refém de posicionamentos ideológicos. O governo precisa entender isso. Não adianta Lula fazer o que Bolsonaro fez e ficar o tempo todo falando para uma bolha que o faz errar”, disse o deputado em entrevista a uma emissora de rádio.

Embora tenha elogiado programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Pé-de-Meia, Motta avaliou que a gestão petista tem falhado na condução da economia. “Do ponto de vista econômico, o governo tem vacilado e deixado de tomar decisões necessárias. Isso tem trazido instabilidade.”

Motta afirmou que a situação atual dos preços dos alimentos não tem soluções fáceis e requer decisões do governo que passam pela questão fiscal. Segundo ele, não dá para enfrentar a alta dos preços com medidas superficiais.

Para o parlamentar, é necessária uma mudança de rumo na economia e foco na responsabilidade fiscal, com corte de despesas. .

ANISTIA

Tentando se equilibrar entre os diversos espectros políticos que o ajudaram a se eleger, Hugo Motta também evitou qualquer compromisso com o projeto que anistia vândalos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

Este, que é o principal objetivo da oposição, chegou a ser pautado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa em 2024 – mas o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou o texto do colegiado. A proposta ficou, então, travada.

O debate em torno do projeto foi central na campanha de Motta à cadeira de presidente, sendo discutido, principalmente, com as bancadas do PT e do PL.

“Não posso chegar aqui e dizer que vou pautar a anistia semana que vem, ou não vamos pautar. Será um tema que vamos analisando, digerindo”, afirmou o deputado.

Segundo Hugo Motta, além da discussão com as bancadas, a anistia também foi alvo de conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado disse, porém, que o ex-presidente não colocou o tema condição para apoiá-lo.

O projeto perdoa todos que participaram de “manifestações” com motivação política e eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre 8 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor da lei.

Na prática, a proposta permitiria somente a condenação dos vândalos por depredação de patrimônio público. Para juristas, a proposta pode ser considerada inconstitucional.

Ao ser questionado sobre qual era a sua opinião a respeito das condenações, Motta rechaçou os ataques aos Três Poderes. Mas indicou não acreditar que os atos tenham sido uma tentativa de golpe de Estado, limitando-se apenas a depredações.

“O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Uma agressão inimaginável. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam, com inconformidade com o resultado das eleições, demonstrar sua revolta”, declarou.

Sobre a regulação das redes sociais, Motta minimizou e afirmou que a Câmara pode decidir se prioriza o tema. Quanto à inteligência artificial, ele foi mais enfático, defendendo a necessidade de avançar nas discussões sobre a pauta, destacada pelo ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

INEGIBILIDADE

Hugo Motta afirmou que considera longo demais o prazo de inelegibilidade de oito anos imposto pela Lei da Ficha Limpa. Segundo o deputado, quatro eleições representam “uma eternidade”.

“Com eleição de dois em dois anos, não reconhecer que oito anos de inelegibilidade é muito tempo é não reconhecer a realidade democrática do País”, disse, em entrevista ao jornal O Globo. Apesar da declaração, Motta garantiu que não há compromisso da presidência da Câmara em alterar a regra atual.

A discussão sobre reduzir esse período tem sido impulsionada por parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado Bibo Nunes (PL-RS) apresentou um projeto para diminuir a inelegibilidade de oito para dois anos, o que permitiria a Bolsonaro concorrer em 2026.

Na terça-feira, 4, Motta já havia se manifestado sobre o tema. Em entrevista à CNN Brasil, o presidente da Câmara disse que oito anos de inelegibilidade “é um tempo extenso”.

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