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terça-feira, 29/04/2025 | Ano | Nº 5955
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GAZETA 91 ANOS

Editorial: Evoluindo a informação, rumo ao centenário

Em uma edição histórica com 100 páginas, a Gazeta celebra seus 91 anos reafirmando o compromisso com o bom jornalismo e com Alagoas

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Gazeta de Alagoas chega aos 91 anos contemporânea do seu tempo
Gazeta de Alagoas chega aos 91 anos contemporânea do seu tempo | Foto: Gazeta de Alagoas, 91 anos

O tempo não se detém. Passa por cada um de nós como o vento que transforma as paisagens ou uma onda que remodela a costa. E, no entanto, há marcas que resistem. Algumas porque fincam raízes fundas na terra; outras, porque aprendem a navegar no fluxo dos dias. A Gazeta de Alagoas é ambas as coisas: testemunha da história e contemporânea do seu tempo.

Ao longo dos últimos 91 anos, desde aquele 25 de fevereiro de 1934, o matutino alagoano muda todos os dias, porém mantém sua vocação de informar e caminhar ao lado de cada cidadão e cidadã de Alagoas. Claro, com os olhos voltados para o futuro.

Quando a primeira edição deste noticiário chegou às bancas, o Estado, o Brasil e o mundo eram outros, da geografia aos desafios sociais. A economia ainda se recuperava da crise de 1929 e da Revolução de 1930. A Assembleia Nacional Constituinte se encarregava de redigir uma nova Constituição, que assegurasse unidade à Nação. Em destaque na Gazeta, a notícia da primeira mulher eleita deputada no Estado, Lily Lages, celebrava o progresso.

Em algum momento do passado, um alagoano sentou-se no tradicional Café Central, em Maceió, ou numa padaria do interior, e encontrou, nas páginas da Gazeta, um reflexo de si mesmo. Desde sua fundação, o matutino não só reporta os fatos, mas se tornou um espelho da identidade do povo. O tempo passou, mas essa relação permaneceu: a Gazeta continua sendo o ponto de encontro onde Alagoas se reconhece, se informa e se inspira para construir os novos dias.

Editado em Maceió e com circulação em todos os municípios, a Gazeta de Alagoas foi a pedra fundamental da Organização Arnon de Mello (OAM), fundada pelo ex-governador e ex-senador que dá nome ao conglomerado de comunicação. Apesar de inaugurado pelo jornalista Luiz Magalhães da Silveira, Arnon se tornou colaborador logo no início, como correspondente.

Era o ano de 1952 quando Arnon resolveu adquirir o jornal que ele ajudou a moldar e transformá-lo no que é até hoje. À época, voltava consagrado para Alagoas após dez anos no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Era um jornalista respeitado e best-seller com seus livros-reportagens.

Então, não é impreciso afirmar que a Gazeta tem a marca de Arnon de Mello desde o seu nascimento. Por sua vez, até hoje é possível perceber essa assinatura: na linha editorial, no compromisso com o jornalismo de verdade e, claro, com os alagoanos.

JORNALISMO PIONEIRO

A vocação da Gazeta sempre foi estar à frente do seu tempo. O jornal foi o primeiro impresso de Alagoas a incorporar tecnologias avançadas, consolidando sua posição na vanguarda da comunicação. Em 1968, trouxe o teletipo, resultado de uma parceria de Arnon de Mello com a United Press International. Nos anos seguintes, adotou a radiofoto (1973), o telex (1975), a impressão em offset e a informatização dos departamentos. Foi também um dos primeiros jornais brasileiros a se fazer presente na internet.

A Gazeta também se destacou na valorização do jornalismo feito por mulheres. Nos anos 1950, tornou-se a primeira empresa de comunicação do estado a contratar uma jornalista e mulher: Arlene Miranda, cuja trajetória profissional foi descoberta e impulsionada pelo próprio Arnon de Mello.

No caminho para seu primeiro século de história, a Gazeta de Alagoas se reinventou sem perder sua essência. A linguagem evoluiu para acompanhar o ritmo dinâmico da era digital, e o formato se diversificou, abraçando novas formas narrativas. Mas o compromisso com a verdade, a qualidade e a relevância jornalística permaneceu inalterado. A Gazeta de Alagoas é mais do que um jornal. É um patrimônio cultural, um arquivo da memória alagoana. É a voz destas terras caetés, um coro de histórias que se entrelaçam, formando a sinfonia da vida em Alagoas.

DE HOJE E DO FUTURO

Ao dar este primeiro passo rumo ao centenário da Gazeta, o olhar dos que fazem este veículo está no horizonte, no porvir. Mas os nossos pés estão no presente, nas necessidades sociais de hoje, no alagoano contemporâneo e nos desafios que enfrentamos juntos. As nossas raízes estão na tradição da jornada de conquistas que está só começando, mas são regadas pelo desejo de desbravar. Sabemos que honrar essa história é seguir adiante.

É assim que começamos a contagem regressiva para o primeiro século da Gazeta, que nasceu no impresso e atravessou todas as revoluções com o mesmo compromisso: informar com rigor, evoluir sem perder a essência e continuar sendo o espelho de um povo que segue escrevendo seu futuro. A Gazeta é memória e movimento, tradição e renovação. Porque o tempo não para, e nós seguimos com ele. À frente dele. Ao seu lado, caro leitor.

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