Presidente da Câmara reafirma que carta de renúncia é autêntica

Repórter

O presidente da Câmara Municipal de Rio Largo, vereador Rogério da Silva (PP), que assumiu interinamente a chefia do Executivo após a leitura das supostas cartas de renúncia do prefeito Carlos Gonçalves e do vice Peterson Henrique, voltou a se manifestar ontem.

Em nota pública, Rogério reafirma a autenticidade dos documentos e desafia os gestores eleitos em outubro de 2024 a se submeterem a uma perícia grafotécnica para comprovar a veracidade das assinaturas.

A manifestação ocorre após decisão da Justiça que suspendeu o ato de posse e determinou o retorno imediato de Carlos Gonçalves e de Peterson Henrique aos cargos de prefeito e vice-prefeito, em caráter liminar.

No texto, Rogério rebate duramente as acusações feitas por Carlos Gonçalves, que nega ter renunciado ao cargo e classificou o episódio como uma tentativa de golpe.

O presidente da Câmara afirma que está sendo injustamente atacado e anunciou que ingressará com ações cíveis, criminais e administrativas contra os que, segundo ele, “ofendem sua honra e desrespeitam o Poder Legislativo municipal”.

“Fui eleito vereador e exerço o meu mandato com independência e firmeza de propósito, não possuindo interesse em assumir a administração municipal, o que agora e provisoriamente acontece somente em razão destas renúncias e até que sejam realizadas novas eleições no prazo de 90 dias”, declarou o parlamentar.

Rogério da Silva também afirmou que a posse foi conduzida com base no que determina a Lei Orgânica do Município e que não agiu por interesse pessoal. “Cumpri a lei, e diante das cartas protocoladas, dei publicidade e segui os trâmites legais. A instabilidade que se instalou em Rio Largo é fruto da irresponsabilidade de quem tenta negar um fato consumado.”

PEDIDO DE PERÍCIA GRAFOTÉCNICA

O presidente da Câmara foi enfático ao afirmar que apresentará as cartas de renúncia à Justiça e pediu formalmente a realização de exame pericial. Ele desafiou Carlos Gonçalves e Peterson Henrique a fornecerem amostras de suas assinaturas para confronto com os documentos apresentados.

Rogério citou uma série de parâmetros técnicos que devem ser analisados, como traçados das letras, pressão da escrita, inclinação e maneirismos gráficos.

“Solicitarei a realização de perícia grafotécnica para comprovar que realmente foram elas assinadas pelos punhos do ex-prefeito e do ex-vice-prefeito, os quais desafio a se submeterem ao exame”, afirmou.

CONTEXTO JURÍDICO

Na segunda-feira (1º), o juiz responsável pelo caso concedeu medida liminar suspendendo os efeitos do Ato nº 01/2025 da Presidência da Câmara de Rio Largo e reconduzindo os gestores eleitos ao cargo.

A decisão judicial ainda não é definitiva e o mérito será analisado após as manifestações da Câmara e do Ministério Público.