Ministério
Lula indica que deputado Pedro Lucas deverá substituir Juscelino Filho nas Comunicações
Lula participou da cúpula de países latino-americanos e caribenhos


O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ontem que o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), líder do partido na Câmara, deverá ser o novo titular do Ministério das Comunicações, em substituição a Juscelino Filho, que pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Da mesma forma que o União Brasil tem o direito de me indicar o sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas. Eu vou voltar para o Brasil, amanhã de manhã vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, eu já discuto a nomeação dele”, afirmou Lula, durante viagem oficial a Honduras.
O Presidente disse ainda que pretende conversar com dirigentes do União Brasil assim que retornar ao País.
“Eu amanhã [quinta], quando chegar, vou convocar o Presidente do Senado, [Davi] Alcolumbre, algum dirigente do União Brasil para conversar. Essa é uma coisa tranquila. Isso não está dentro do processo de mudanças no governo que eu venho fazendo no tempo em que eu tiver interesse de fazer”, disse Lula.
Ele destacou que não há um calendário definido para trocas ministeriais mais amplas.
“Ou seja, eu não tenho uma data, eu não tenho um prazo, eu não tenho uma decisão. Eu vou fazendo na hora que eu achar que tem que mudar as coisas. É assim.”
TARIFAS
Lula afirmou ontem que tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional, e pediu mais união das nações sul-americanas e caribenhas diante de disputas por antigas hegemonias.
Em discurso na cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, o petista frisou que “guerras comerciais não têm vencedores”.
A fala do Presidente faz referência à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover o chamado “tarifaço”, isto é, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, “roubam” os EUA na relação comercial.
Desde que o anúncio foi feito, na semana passada, países como a China e blocos como a União Europeia passaram a articular uma reação ao “tarifaço”. Além disso, México e Canadá já vinham anunciando medidas ao longo das últimas semanas.
“Agora, nossa autonomia está novamente em cheque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, afirmou o Presidente.
Tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. A história nos ensina que guerras comerciais não têm vencedores”, prosseguiu.
O evento, no qual Lula discursou nesta tarde, reúne representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe, além de delegados de organismos internacionais e parceiros extrarregionais convidados pela presidência hondurenha.