loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 11/04/2025 | Ano | Nº 0
Maceió, AL
27° Tempo
Home > Política

Protesto

Argentina faz 3ª greve geral contra ajuste fiscal de Milei

Transportes, portos e aeroportos pararam por 24h, com mais de 500 voos cancelados

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

Convocada pela principal central sindical do país, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Argentina realizou ontem a terceira greve geral contra o ajuste fiscal promovido pelo governo de Javier Milei.

A greve recebeu a adesão de sindicatos de ferroviários, metroviários, taxistas, portuários e aeronautas, além de trabalhadores dos setores de educação, saúde, bancários e da administração pública, tendo ainda apoio de aposentados.

Um dos segmentos mais afetados é o transporte aéreo, com mais de 500 voos cancelados, impactando diretamente os brasileiros que tinham viagens programadas para esta quinta.

Trens, metrô, transporte de cargas e transporte marítimo pararam completamente. Bancos, correios e limpeza urbana também não operaram. A administração pública e os tribunais de Justiça ficaram fechados. Nos hospitais, apenas os serviços de emergência estavam funcionando.

Antes da greve, um protesto de trabalhadores e aposentados foi realizado na capital argentina na quarta-feira (9).

“O custo do ajuste recaiu sobre os trabalhadores ativos e aposentados, enquanto o setor financeiro multiplicou obscenamente seus lucros. O ansiado equilíbrio fiscal – obtido por meio do desmantelamento do Estado, de seus organismos de controle, de suas empresas e do abandono das obras públicas - multiplicou o desequilíbrio social”, denunciou a CGT em comunicado oficial.

A central sindical denuncia a “insensibilidade” do governo frente às reivindicações dos trabalhadores e aposentados e critica as privatizações e a redução dos orçamentos da saúde e educação, além de pedir negociações livres para acordos de reajustes salariais, aumento de aposentadorias e reativação das obras públicas.

“Fomos exemplo na América de integração e mobilidade social. Hoje, somos exemplo grosseiro de um fanatismo individualista e de uma ideia de liberdade vazia, onde impera o salve-se quem puder”, completou a CGT.Em sua rede social, o presidente Javier Milei repostou críticas de aliados e simpatizantes contra a greve geral, como a postagem do deputado federal Damián Arabia.

AJUSTE FISCAL

O governo federal da Argentina sustenta que o corte de gastos é necessário para recuperação econômica e redução da inflação, que vem caindo nos últimos meses, resultado também da recessão econômica de 2024, segundo economista consultado pela Agência Brasil, Paulo Gala.

A inflação anual caiu de 289% em março de 2024 para 66% em fevereiro de 2025, segundo dados oficiais. No entanto, críticos sustentam que o custo social é alto com os trabalhadores e os mais pobres pagando pela estabilização dos preços.

Enquanto isso, Buenos Aires negocia novo acordo com FMI para sacar US$ 20 bilhões para reforçar as reservas.

Relacionadas