Pecuária investe no segmento de carne superior
Alagoas tem dado uma resposta genética positiva para o mercado consumidor, produzindo animais de alto padrão que resultam em uma qualidade superior da carne
Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 10/10/2020 - Matéria atualizada em 10/10/2020 às 04h00
Com décadas de um trabalho de seleção genética que resulta em animais de alto padrão da raça nelore, as agropecuárias alagoanas vêm produzindo rebanhos de qualidade reconhecida com uma carne superior que vêm conquistado espaço no mercado consumidor cada vez mais exigente. Itens como marmoreio, maciez e sabor, são alguns dos principais pontos de destaque da carne alagoana.
De acordo com Hélio Teixeira, consultor da Varrela Agropecuária, a cada dia, o mercado consumidor se torna mais exigente quanto ao tipo de carne que é fornecida. “O pecuarista que não produzir carne de qualidade, ele está fadado a sair do ramo. Neste sentido, a Varrela tem um trabalho de parceria onde já estamos visando a parte de abate e comercialização da carne”, informou.
Segundo Teixeira, a afirmação de que a carne de qualidade é um produto caro, não condiz com a realidade. “É um produto viável e todo mundo quer. Só não compra essa carne, se não encontramos a disposição. Quem tem pecuária e está preocupado em ter lucratividade neste segmento, tem que focar no boi de qualidade, o boi que vai dar carne de qualidade”, ressaltou ele, afirmando que o ‘padrão de abate’ é um dos principais critérios que estão sendo procurados, atualmente, no processo de seleção dos rebanhos.
Para o pecuarista Celso Barros Correia, Alagoas tem dado uma resposta genética positiva para o mercado da carne, produzindo e tratando melhor os animais.
“Já temos vários rebanhos que fornecem carne de primeira qualidade com carcaça qualificada e avaliada, com espessura de gordura. Existem alguns abates que estão exigindo esse conjunto. Com isso, o consumidor que adquire esse produto, valoriza a produção alagoana que oferta uma carne de qualidade excepcional sem precisar falar de picanha argentina”, destacou o pecuarista.
Segundo ele, atualmente, a expressão “picanha argentina” caiu em desuso. “O que se consome é uma carne de novilha de carne cruzada com nelore que é produzida no nosso Estado”, afirmou Barros Correia, lembrando que na propriedade, para consumo interno, é feito o cruzamento de animais das raças nelore e wagyu. “Eles são abatidos tecnicamente e contam com uma carne de qualidade diferenciada que, futuramente, poderá ser comercializada”, reforçou.
Para o churrasqueiro Roberto Silva, da Mister Brasa, todo o desempenho e dedicação dos criadores alagoanos em obter animais de qualidade superior é refletido para o mercado consumidor. “Afinal, chega para a gente uma carne macia e saborosa que não deixa a desejar para carnes de qualquer outro lugar dentro ou fora do país. Hoje, trabalho apenas com produto 100% alagoano que é dono de uma excelência única”, declarou.
De acordo com ele, os cruzamentos de raças, a exemplo do angus com o nelore, além do trabalho de carcaça, vem produzindo carnes especiais que atendem a finalidade para churrasco. “Temos novilhas bem trabalhadas, com capa de gordura, marmoreio e muita maciez, além de um sabor prazeroso. A carne alagoana atingiu uma qualidade superior em comparação a outros Estados”, afirmou.
Para Silva, a picanha alagoana possui uma qualidade superior a argentina. “Afinal, temos carne resfriada e não congelada ou de maturação. O segredo da carne é ter um bom animal, bem criado no pasto. Um animal que for trabalhado com qualidade vai resultar, com certeza, em uma carne de qualidade”, finalizou.