Otimismo: entidades do agro apostam em 2021 de crescimento
Em 2020, em meio a um cenário de pandemia, o setor do agronegócio não parou e se manteve firme; em 2021 - com a esperança renovada - entidades apostam na continuidade do crescimento em dias melhores para todo o segmento do agronegócio
Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 02/01/2021 - Matéria atualizada em 02/01/2021 às 04h00
Após um ano de experiências únicas provocadas por uma pandemia mundial, 2021 chega e traz na bagagem a esperança de dias melhores. Neste cenário, o segmento do agronegócio, que se manteve firme em meio ao caos gerado pelo novo coronavírus, aposta as fichas na continuidade do crescimento das cadeias produtivas alagoanas, gerando ainda mais empregos e renda no campo.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, a perspectiva de imunização da população contra a Covid-19 reforça o otimismo sobre o desempenho o setor em 2021. “O agronegócio alagoano foi capaz de superar a profunda crise provocada pela pandemia em 2020. Não paramos de produzir, registramos crescimento nas safras de grãos e cana-de-açúcar, o cenário de exportações foi favorável e a tendência é de que tenhamos um novo ano ainda mais pujante”, avaliou.
Apesar do otimismo, Almeida reitera a necessidade de ações do poder público para que o agro alagoano possa produzir ainda mais. “Precisamos nos dedicar às demandas urgentes do setor, como a conclusão das obras do Canal do Sertão, a construção de abatedouros públicos – respeitando-se as devidas condições sanitárias – e o fortalecimento das políticas para o semiárido e para a regularização dos débitos rurais. Além disso, é imprescindível que a nossa Adeal receba toda atenção do Governo do Estado e que a parceria entre o setor produtivo, Embrapa, Emater, Adeal e Ministério da Agricultura sejam mantidas e fortalecidas, pois isso significará o desenvolvimento do segmento rural, e em consequência, do Estado de Alagoas”, ponderou.
Pecuária
A expectativa de um ano de conquistas também é compartilhada pelo presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), Domício Silva. Segundo ele, apesar da alta dos insumos utilizados na produção agropecuária, 2020 foi encerrado com um saldo considerado positivo.
“Terminamos o ano bem, com preços bastante atrativos das proteínas de origem animal. A carne e o leite principalmente estão com preços aquecidos. A perspectivas de manutenção do dólar acima de patamares acima de R$ 5 favorece as exportações e isso tem ajudado o mercado, além do aumento do consumo interno. Diante deste cenário a expectativas são positivas e acreditamos que 2021, como o PIB do agronegócio apontou, será um ano de crescimento e bastante positivo”, destacou.
O dirigente do setor da pecuária alagoana reforçou ainda que, aliado a este cenário de alta, um cenário de previsão climático positivo para Alagoas contribui para reforçar ainda mais a aposta em um ano de conquistas para o agro. “Isso ajuda muito os setores como um todo. Aumento de consumo, exportações e clima favorável faz a gente acreditar que 2021 vai resultar em um ano com saldo bastante positivo”, declarou.
Canavieiro
Neste contexto de otimismo, o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Estado de Alagoas – Asplana, Edgar Filho, destacou que tanto os fornecedores quanto os industriais do setor sucroenergético do Estado apostam que 2021 será um ano positivo.
“Para toda a cadeia produtiva, 2021 promete ser melhor para o setor que o ano anterior por conta dos preços que vêm sendo praticados e também por conta do câmbio do dólar. Somado a tudo isso, estamos tendo um verão com chuvas com maior volume e melhor distribuídas que o ano passado. Para o setor canavieiro, isso nos dá a expectativa de que teremos no próximo ciclo uma safra melhor. Com os preços se mantendo ou melhorando”, reforçou.
Segundo Edgar, o cenário de 2021 é promissor para Alagoas e para toda a região Nordeste, “podendo levar a uma recuperação gradativa do que foi perdido nos últimos anos. Alagoas, pouco a pouco, vai se aproximando do patamar das 25 milhões de toneladas de cana processadas no Estado já registradas em safras passadas”, reforçou.
Cooperativismo
Neste panorama, o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, afirmou que, apesar de 2020 ter sido um ano complicado diante do surgimento da pandemia, graças ao trabalho de superação da equipe, metas foram alcançadas.
“O ano de 2021 será de muita expectativa para Alagoas e para o setor sucroalcooleiro, esperamos uma excelente safra, devido as chuvas de novembro e dezembro, embora esteja cedo para fazer alguma afirmação mais concreta. O quadro se apresenta muito positivo para o setor. No tocante a Cooperativa Pindorama, vamos lançar novos produtos e melhorar a assistência ao nosso associado, trazendo as melhores e mais modernas técnicas do setor agropecuário”, afirmou Santos.
Segundo o presidente da maior cooperativa da agricultura familiar de Alagoas, entre as ações para o novo ano estão: mudas pré-brotadas; nova estrutura de irrigação; maiores ganhos na produção do leite com mais animais de uma alta matriz genética, entre outras metas. “Ações, a exemplo da ampliação da produção de leite, só são possíveis para os pequenos criadores, por meio do cooperativismo. Para este ano de 2021, a Cooperativa Pindorama também no seu âmbito social trabalha projetos com o propósito de melhorar a educação dos filhos dos associados”, reforçou.
Leite
O presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, afirmou que 2020 foi um ano difícil, principalmente para o segmento da agricultura familiar do Estado. “Foi um momento de expectativas em meio a uma pandemia muito grave. No meio disso tudo houve uma paralisação do Programa do Leite, além do atraso de recursos do governo federal. Isso atrapalhou de certo modo o nosso segmento. Mas, temos grandes esperanças em 2021. O ano que passou serviu de lição para todos nós, aprendemos muito” afirmou.
Monteiro lembrou que até junho do ano passado o preço do leite estava em queda em Alagoas sendo comercializado a R$ 1,10 e o Programa do Leite foi quem segurou o preço. “Depois disso, houve o aumento da procura após o início do pagamento do auxílio emergencial por conta da pandemia e isso fez movimentar a economia levando a preços que nunca haviam sido praticados em Alagoas”, declarou.
Segundo Monteiro, diante de todas as dificuldades enfrentadas, a cooperativa entra em 2021 ainda mais unida e fortalecida. “Isso é importante para o setor. Esperamos que este ano o Programa do Leite volte a sua normalidade e que o agro melhore cada vez mais, além de que o parque da UBL comece a operacionalizar. São as nossas expectativas para este novo ano”, afirmou.