Pesquisadores criam arroz de ciclo precoce
Em comparação ao cultivo do grão tradicional, consumo de água tem redução de 8%
Por EMBRAPA | Edição do dia 26/02/2022 - Matéria atualizada em 26/02/2022 às 04h00
Em busca de uma cultivar de arroz de ciclo precoce, que utiliza menos água e porte mais baixo, ao permitir maior resistência ao acamamento, pesquisadores da Embrapa desenvolveram a cultivar de arroz irrigado BRS A705 com elevada produtividade e qualidade de grãos.
A utilização de cultivares de ciclos diferentes possibilita que o orizicultor realize a semeadura dentro da janela mais indicada, a qual é bem restrita nas áreas de cultivo de arroz. A prática também ajuda a escalonar a colheita de forma que os grãos sejam colhidos dentro da faixa indicada para maximizar a qualidade industrial, com baixos percentuais de grãos gessados e elevada quantidade de grãos inteiros.
Por outro lado, mesmo sendo desejável do ponto de vista técnico, a utilização de cultivares de ciclo precoce somente é implementada pelos orizicultores se as cultivares disponíveis apresentarem elevado potencial produtivo.
“A cultivar BRS A705, em função do seu ciclo, permite maior plasticidade na época de colheita, colaborando para a diversificação das cultivares utilizadas”, comenta o pesquisador do Núcleo Temático de Grãos da Embrapa Clima Temperado Élbio Treicha Cardoso.
Conforme o pesquisador, a época de semeadura ideal deve ser aquela em que a diferenciação da panícula ocorre nos primeiros dias de janeiro, porque nesse período os dias apresentam maior duração, o que colabora para a obtenção de altas produtividades. “A densidade de semeadura deve possibilitar o estabelecimento de um estande de 200 a 300 plantas por metro quadrado, sendo necessários cerca de 90 kg de sementes aptas por hectare”, esclarece.
Outro ponto que chama atenção na BRS A705 é a menor demanda de quantidade de água para a sua produção, em função do ciclo precoce.