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Nº 5897
Rural

Usinas apostam em safra de crescimento

Setor sucroenergético alagoano espera beneficiar mais de 19,6 milhões de toneladas de cana

Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 15/10/2022 - Matéria atualizada em 15/10/2022 às 04h00

Com a expectativa de moer 19,6 milhões de toneladas de cana, a safra 22/23 segue a pleno vapor em Alagoas. A moagem teve início no fim da segunda quinzena de agosto. O pontapé inicial foi dado pela usina Santo Antônio.

“A expectativa é de mais um aumento de produção de cana, saindo das 18 milhões de toneladas da safra passada para 19,6 milhões no ciclo que se inicia”, declarou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

De acordo com o dirigente do setor sucroenergético alagoano, a safra 22/23, também deve registrar um aumento na produção de açúcar, que deverá ser superior a 1,6 milhão de toneladas. “Igual performance deve ocorrer na produção de etanol, que deve passar de 400 milhões de litros para, aproximadamente, 600 milhões de litros nessa safra”, afirmou.

Segundo Nogueira, o crescimento esperado é decorrente de fatores como a regularidade climática e os investimentos no canavial. “Neste cenário, o esforço empresarial merece ser destacado com a renovação e melhor tratamento do canavial que agora será colhido com igual esforço para os fornecedores de cana”, reforçou.

 

Maioria das usinas iniciaram a moagem em setembro passado
Maioria das usinas iniciaram a moagem em setembro passado - Foto: ARQUIVO
 

No ponto de vista financeiro, Pedro Robério afirma que a safra 22/23 tem um viés diferenciado face a moagem passada. “Estamos tendo preços menores em função da recessão mundial que afeta o açúcar, além da queda do preço do petróleo, que influencia a formação dos preços dos combustíveis no Brasil, com o etanol acompanhando esse movimento. Outro ponto é o aumento de custos, tendo uma presença inflacionária importante em alguns dos nossos insumos, a exemplo de fertilizantes, com impactos significativos na nossa atividade agrícola”, destacou.

Para o presidente do Sindaçúcar-AL, apesar das questões financeiras destacadas, a expectativa otimista permanece. “O esforço empresarial que tem sido vitorioso nas sucessivas safras anteriores com crescimento de produção, manutenção do esforço, melhoria da produtividade e, sobretudo, manutenção dos nossos milhares de postos de trabalho. Somos um dos polos de maior densidade de empregos no nosso Estado. Temos ainda a expectativa com relação ao ano de 2023, onde precisamos continuar mantendo a competitividade tributária do etanol frente a gasolina que foi fortemente atingida nos últimos meses por conta dos arranjos tributários fiscais federais e estaduais que ocorreram. Se mantida a obrigação constitucional da competitividade do etanol com a gasolina, não teremos perdas de mercado significativas. Essa é a esperança e expectativa de mais uma safra vitoriosa”, finalizou. 

 

Pedro Robério aposta em bons resultados no novo ciclo da cana em Alagoas
Pedro Robério aposta em bons resultados no novo ciclo da cana em Alagoas - Foto: ARQUIVO
  

Moagem

Dados de produção das 14 usinas alagoanas filiadas ao Sindaçúcar-AL, foram divulgados pelo departamento Técnico da entidade de classe, por meio do boletim quinzenal de nº 02, com a posição acumulada até o dia 30 de setembro.

Face ao mesmo período da safra 21/22, quando a quantidade de cana-de-açúcar beneficiada era de 1,9 milhão de toneladas de cana, foi registrada uma variação negativa de 18,3%.

Segundo o levantamento técnico, até setembro, foram produzidas 106,9 mil toneladas de açúcar. Em comparação a moagem passada, quando o acumulado era de 129,5 mil toneladas, houve uma variação de - 17,3% entre os dois ciclos.

No mesmo sentido, a produção de etanol apresenta redução ante a setembro do ano passado de - 19,1%. Até o fim do mês passado, o acumulado era de 29.637 milhões de litros produzidos do biocombustível. Já no mesmo período da safra passada haviam sido fabricados 36.652 milhões de litros.


Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o relatório que aponta o aumento da produtividade de cana, por hectare (h), em Alagoas. Segundo a estatal, enquanto no ciclo passado a produtividade foi de 59.252 kg/h, na safra atual a expectativa é de 62.467 kg/h. A variação positiva representa um crescimento de 5,4% entre os dois ciclos.

A Conab informou ainda que a atual área plantada de cana-de-açúcar em Alagoas permanece sem alterações em comparação ao ciclo passado. De acordo com o levantamento, a área passou de 307,7 mil hectares (h) para 305,9 mil h, resultando em uma redução de 0,06%.

A exemplo das safras anteriores, Alagoas continuará tendo a maior moagem de cana dos estados produtores do Nordeste, sendo seguida por Pernambuco com 12,7 mi de toneladas e pela Paraíba com 5,6 mi de toneladas.

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