Gasolina independente
E30 pode reduzir preço da gasolina e eliminar importação do combustível
Nova mistura de etanol pode impactar a inflação e evitar a emissão de 1,7 milhão de toneladas de gases poluentes por ano

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que a adoção do E30 – mistura de 30% de etanol anidro à gasolina – poderá reduzir o preço do combustível nas bombas e tornar o Brasil independente da importação de gasolina. O anúncio ocorreu durante a apresentação dos resultados dos testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), que comprovaram a viabilidade técnica da nova formulação.
Com o aumento da proporção de etanol na gasolina, estima-se uma redução de até R$ 0,13 por litro, o que ajudará no controle da inflação.
“Estamos dando mais um passo para transformar a Lei do Combustível do Futuro em combustível do presente. O E30 não apenas reduz o custo para o consumidor, mas fortalece a economia e a segurança energética do Brasil”, afirmou o ministro.
INDEPENDÊNCIA ENERGÉTICA
A transição do E27 para o E30 evitará a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, impulsionando a produção nacional de biocombustíveis. Com isso, haverá um aumento na demanda por 1,5 bilhão de litros de etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.
“O E30 é seguro para nossa frota de duas e quatro rodas. Com ele, o Brasil deixará de ser refém do mercado internacional e da volatilidade dos preços externos. O preço da gasolina será determinado pela competitividade interna, e não pelo preço de paridade de importação”, destacou Silveira.
A iniciativa está alinhada com a Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que estabelece diretrizes para a descarbonização e modernização da matriz energética brasileira. A legislação permite ampliar o limite de etanol na gasolina para até 35%, desde que haja comprovação de viabilidade técnica.
SUSTENTABILIDADE
A adoção do E30 poderá reduzir a emissão de 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa por ano, o equivalente à retirada de 720 mil veículos das ruas.
Os testes foram acompanhados por entidades do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa. Com a comprovação da viabilidade técnica, a proposta de ampliação da mistura para 30% será encaminhada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda neste ano.
